sábado, 5 de janeiro de 2008

Tempo em movimento

O tempo é o que queremos congelar,
Queremos ser divinos como Crono,

Um cronômetro morto no seu trono,

Um rei com sua coroa pra arear.

Parar o tempo, o tempo quer parar,
Queremos ser o Adágio deste Outono,
Um deus que se diverte com seu sono,
Numa arena onde nunca quer lutar

Mas somos como areia de ampulheta
Que sonha em ser um rabo de cometa
Vivendo um microcosmo de fachada

E não vemos o vidro da prisão
Ou que o tempo tempera em contramão
Com têmpera, sem fim e sem parada

I.R.