quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Esperando a paz (ou: Soneto da reforma em casa)

Como se fosse o fim da grande guerra,
Da segunda, ou da guerra das Malvinas,
O chão da minha casa, um chão de minas,
Explode, vira nada e me desterra.

E a espera que me resta em mim se aferra,
Primeira guerra, ausência das salinas,
Praia de pó sem águas cristalinas,
Camboja, Vietnã, ferrão na Terra.

E enquanto tudo explode na Coréia,
Do meio das ruínas vem a idéia
De ser um guerrilheiro lá no Laos

Porque neste janeiro das não férias
Não agüento as reformas e as misérias
E os laços que me apertam neste caos.

I.R.