sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Como um templário

Visto a minha armadura e tomo a lança,
E invisto, em meu cavalo, a dar o bote;
Delgado como o próprio Dom Quixote,
Mas lento como o mesmo Sancho Pança.

Os moinhos eu trago na lembrança,
E o Graal na garganta, preso à glote,
Pois, armado, também sou Lancelote,
Que luta, que ama e sofre e não se cansa.

E a vida é o que carrego em meu alforje,
Eu, crente como Ogum, como São Jorge,
Quero apenas viver a minha vida:

Lutando com o dragão, como um guerreiro,
Mas sendo tão somente um escudeiro
Em busca da metáfora perdida.

I.R.