sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Soneto do choro inútil

Quando a lágrima insiste em me buscar,
Quando insiste em fazer da minha vida
Sua morada, encontrando uma guarida,
A faço namorada a me molhar.

Quando a lágrima insiste em me encharcar,
Em me açoitar, abrindo uma ferida,
Abre em mim uma dor, que traduzida,
Não sabe nem ao menos se explicar.

E eu sofro sem buscar um ir à forra
Das costas o meu sangue forte jorra
Mas não quero lembrar o que ocorreu

Apenas enxugar este meu rosto
Eu quero, me esquecendo do desgosto
De crer em quem jamais me conheceu.

I.R.