Me desfaço, me perco, desconstruo,
Volto ao pó, sou poeira, sou farelo,
Um resto de papoula, ipê amarelo,
Um céu de cartas tortas eu construo.
Meu céu ou seu inferno, assim eu suo
Desconstruindo a noção do bom e belo
E beijo as minhas costas num flagelo
E em meus braços me dou, me prostituo.
Me disfarço e então peco em mim, narciso,
E me nego até mesmo um meu sorriso,
E essa desconstrução é quase unânime.
E é difícil juntar esses caquinhos,
Encontrar meus milhões de pedacinhos
Perdidos numa porra pusilânime.
I.R.