quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Tempo

Um relógio parado sobre a mesa,
Já guarda a minha foto e me vigia,
Marcando essas não horas do meu dia,
E os não segundo todos com clareza.

São cinco para às dez, e com certeza,
Eu já não ouvirei sua gritaria,
Que tenta me acordar, fotografia,
E nem seu tique-taque com franqueza.

Sou foto numa noite interminável,
E vivo o não bater tão agradável
Do relógio do dia que não passa.

E assim como não passam já os instantes,
Não penso em amanhã, tampouco em antes,
Apenas no presente e na sua graça.

I.R.