Um marimbondo voa sobre mim
E pousa, sem pedir, sobre a cabeça
E espero que se vá, desapareça
Mas desce pela barba até seu fim
Eu sem saber do que ele está a fim
Peço que o marimbondo só me esqueça
Rezo pra que ele não se estabeleça
Nem peça pra que eu diga sempre sim
Mas ele é insistente e curioso
E eu temo até o temor de ser medroso
O medo de temer a luz que míngua
E o marimbondo a ler os meus segredos
Voa por entre todos os meus medos
Ferroa sem perdão a minha língua.
I.R.