terça-feira, 9 de junho de 2009
Dó, Ré, Mi
Maestro, por favor, eu quero um tom.
A música, onde está, senhor regente?
Responda-me num solo, simplesmente,
Se algum dia existiu em mim o dom.
O dom de fazer música, algo bom.
A arte de ser mal, ser diferente,
Ou se o que mais tentava diariamente,
Era equívoco e nunca foi um som.
Preciso de um moteto, de uma ária
Ou de uma sinfonia libertária
Pro som deste soneto tão absurdo.
E mesmo que eu não seja Villa-Lobos,
Escuto mil respostas, como os bobos,
Mas sou, como Beethoven, meio surdo.
I.R.