Ali na calmaria da bonança
Senti meu corpo em plena tempestade
E quis teu corpo, nova Sherazade,
Ser teu gênio, e do ventre ser tua dança.
Ali na noite inteira, a fera mansa
Quis ser como um marujo que te invade,
Simbad pirata, Ali Babá de jade
Ou quarenta ladrões sem esperança.
Ali na agonia do meu peito,
Ansiando por fazer tudo direito,
Assim vivo meu conto, não de fadas,
Pois temo que me roubem meu tapete,
Meu verbo, meu valor e meu verbete,
Ali nas mil e uma madrugadas.
I.R.