A linha divisória delimita
E faz-me dos sentidos prisioneiro
Olho a agulha e me lanço costureiro
Mas a linha irrisória me limita
E todo mundo espera que eu reflita
Que desamarre o nó de marinheiro
Mas amarrado eu sou mais um cordeiro
Pra que esse sacrifício se repita
E a linha que demarca essa paisagem
Me avisa que isso tudo é uma miragem
E ser cordeiro é o mesmo que ser porca
Pois essa linha em corda se transforma
E o que eu vejo também já se deforma
No instante em que linha a mim me enforca
I.R.