quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Carta para a família Rossi

São Paulo, 15 de janeiro de 2009.

Prezada Família Rossi,

Há dias venho me lembrando de vocês, e de como a presença de tantos membros seus vêm marcando, discretamente, a nossa história.

Convivo com os Rossi desde pequeno, uma convivência renovada todas as vezes em que minha mãe trocava a vassoura Rossi que usávamos e continuamos usando para varrer o quintal, a sala, a cozinha, os quartos e os banheiros. Minha mãe sempre pediu para olharmos bem a Rossi, para ver se não havia nenhuma lacraia entre a piaçava.

Talvez seja para evitar esse problema que agora ela tenha tantas vassouras em casa e fora dela.

Aos sete anos, um Rossi me deixou marcas profundas e me fez chorar pela última vez durante uma partida da seleção brasileira. Paolo Rossi 3, Brasil 2. Jamais vou me esquecer de tamanha tristeza, ainda sem entender muito bem como Zico, Sócrates, Falcão, Éder, Leandro, Júnior, Cerezo e Telê podiam estar fora da copa. Paolo Rossi matou, ali, o futebol arte coletivo do Brasil.

Com Valentino Rossi nunca tive muito contato. O seu sucesso nas pistas de Moto GP nunca se traduziu, para mim, em um desejo de maior aproximação com o universo das corridas de moto. Tive minha fase de acompanhar, principalmente quando havia um brasileiro competindo, mas sempre gostei mesmo de Fórmula 1, onde até tentaram colocar o Valentino, mas sem o sucesso nos treinos que justificasse uma mudança de esporte.

Já o Marcelo, é, para mim, chato pra burro. Entendo que ele faça companhia pra muita gente e até leve conforto para outras muitas mais. Mas não desce. Não gosto do seu modo de falar, não gosto do seu programa no rádio, não gosto do seu discurso conservador normalmente cheirando a mofo. Vejo Marcelo Rossi como um produto. Assim como Paulo Coelho é um produto nascido da necessidade de muita gente de uma espiritualidade de farmácia, Marcelo Rossi também o é, só que da farmácia que atende apenas os católicos. Pela quantidade que os dois vendem, podemos ver que há bem menos católicos do que à toas neste mundo.

Dos Rossi, o que eu mais gosto é o Reginaldo. Reginaldo Rossi pretende vender o discurso de que é bonito e um grande cantor. Isso é tão bizarro e beira tanto o ridículo que só pode ser considerado engraçado.



Bem, volto ao trabalho.

Um abraço,

I.R.

PS: Ítalo Rossi dirá que a sua família é mara!



I.R.