Na hora de fechar a porta, o susto,
E mais do que ele, a dor de não saber
O que me aconteceu ou vai haver
Ou se tudo isso é bom ou se é injusto
Querer fechar a porta a qualquer custo
E um cordeiro imolado vir a ser
Não é bem o que eu chamo de prazer
Mas não sei se sou vítima ou foi justo
Me vi num pastelão, mas sem o bolo
Quando à cabeça veio o tal tijolo
E me bateu sem pena, sem doçura
E me deixou um galo que não canta
Uma aporrinhação que se agiganta
E a certeza de ser cabeça-dura.
I.R.