Escrever um soneto é uma aventura
Que eu nunca sei ao certo aonde vai dar
Não sei do seu começo ou terminar
E nem quero saber se isso tem cura
Ou se é rima de verbo ou com frescura
Também não sei se é bom meu delirar
Só sei que assim a coisa, nesse andar,
Fica bem mais difícil, fica dura
E quando eu o termino estou cansado
Mais que o corpo, meu cérebro esgotado
Mais que a mente, o espírito moído
Pois quando eu o termino estou exausto
Porque não fiz um pacto como Fausto
E o soneto não nasce, ele é nascido
I.R.