sábado, 31 de outubro de 2009

Extrato de aula

Paga pra ver,
dizem que os dedos sentem sabor,
quem vai saber
santo, __________, sagrado amor.

Segredo ou secreto? Epa! Em português existem as palavras "segredo" e "secreto", que apesar de parecidas na escrita e de terem um significado que as aproxima, não são a mesma coisa.

"Segredo" é um substantivo, e podemos usar a palavra em frases como: "Vou contar a vocês o meu segredo." "Só eu sei o segredo do cofre." "O segredo do sucesso de Fulano é...".

Já a palavra "secreto" é um adjetivo, variando em masculino e feminino, singular e plural, de acordo com o substantivo que acompanha. Assim, temos: "um caminho secreto", "uma passagem secreta", "as receitas secretas" e "um amor secreto".

Amor secreto? Santo, secreto, sagrado amor.


I.R.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

melancolia poética

a melancolia, a tristeza, a dor,
podem ser apenas melancolia
e dor e tristeza,
ou não.
pois elevadas
à categoria de arte
podem ser dor,
e tristeza e melancolia
com um gosto de prazer,
um sabor de quero mais.

I.R.


I.R.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O livro antigo



Quando entrei na livraria, levado por um certo sexto sentido, não sabia em que estava me metendo. Na vitrine, um exemplar com gravuras muito interessantes me vira passar e sussurrara através do vidro “vem, entra”.

Dentro da loja, pedi exatamente esse exemplar que me intrigava. Era um livro do século XVI, de 1500 e alguma coisa, cujo nome já não me lembro. Antes mesmo de começar a ler, perguntei o preço. O vendedor me disse que já estava vendido, mas que eu podia folheá-lo.

Entender o idioma era algo que me intrigava. Afinal, só falo português e espanhol, no entanto, compreendia cada linha à medida que avançava as páginas.

E assim estava, completamente absorto, quando li algo que não esperava. Meu nome. Mas não foi como ler meu nome e não ser eu. Era meu nome. Meu nome e meu sobrenome. Meu nome completo estava ali diante dos meus olhos em um livro do século XVI.

Um nome de origem escandinava, uma variedade de sobrenomes, nascido no Rio de Janeiro, em janeiro, filho de, neto de, aos 3 anos foi para o Arraial do Cabo. E na minha frente começaram a desfilar amigos de infância, as diversas escolas onde estudei, meus colegas, as praias, os primeiros discos ouvidos, as brincadeiras sozinho.

Ia passando as páginas e me assombrava ao ver meus amigos, meu primeiro beijo, a primeira namorada, minha primeira transa, meus irmãos, o seminário, a faculdade. Era difícil acreditar que tudo aquilo tivesse sido escrito há 500 anos, quando o Brasil recém tinha sido descoberto.

Reli minha chegada a Buenos Aires, meu casamento, minha separação, minhas aulas, as mais chatas, as mais divertidas, uma segunda convivência, um filho. Revivi meus caminhos, minhas histórias. E não estava nem na metade do livro, quando sua dona chegou. Estava lendo a parte em que eu entrava numa livraria, atraído por um livro na vitrine e me descobria nas suas páginas.

Interrompi a leitura. Ela, com seus olhos de feiticeira, olhava para mim. Eu sabia que queria o livro que lhe pertencia. Mas queria saber como a história terminava. Pensei em comprá-lo dela, mas não só não tinha dinheiro, como sabia que não me venderia. Foi então, que me enchendo de coragem pedi que me emprestasse o livro, que me deixasse lê-lo até o final. Sim ou não? A pergunta na minha garganta. O medo da resposta. Sim ou não? Como termina a história?

Ela pegou o livro da minha mão e foi embora sem dizer uma palavra.

Por favor, se você estiver lendo este blog, me conte como essa história termina. Se alguém souber de que livro eu estou falando e já tiver lido um pouco de suas páginas, por favor, não deixe de me escrever.

I.R.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

remédio

tomo uma aspirina,

aspiro seu sorriso,

minha cabeça continua doendo,

mas meus olhos se sentem melhor.

tomo um calmante,

tento dormir,

não me acalmo

e aclamo minhas câimbras

como causa da minha insônia.

tomo um antiácido,

faço terapia,

tento arrancar a razão dessa agonia,

que me tenta,

me atonta

e me lança ao centro da tormenta.

passo um ungüento,

tomo um viagra,

uma vodca, uma cachaça,

paro na beira do abismo

sem paraquedas,

e só preciso de mais um sorriso

para, enfim, me atirar.

I.R.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pedido especial

Certos pedidos especiais merecem, pelo menos, uma resposta. Se a resposta é tão especial quanto o pedido, essa é uma outra questão.

A., amo tu.

E a difícil escolha é sua.



Talvez juntos...


I.R.

domingo, 25 de outubro de 2009

Domar o domra

se domo o domra,
o faço com prazer,
e a honra de poder tocá-lo.
se o domra me doma
ou me domina
é porque sabe que em cada esquina
procuro sua melodia,
me denuncio em sua sinfonia
e me dedico à sua emoção.

I.R.

PS. Este é o domra, ou домра.





I.R.

sábado, 24 de outubro de 2009

Pilus

Quando criança, seus únicos pelos eram eram os cabelos cortados em forma de tigela. Os anos se passaram e na adolescência, junto com a mudança de voz, vieram o buço, os pelos nas axilas e os primeiros pentelhos.

A saída da adolescência e a entrada na vida adulta o viu com os cabelos compridos, barba, bigode, pelo no peito, nas costas, embaixo do braço, nas pernas, pentelhos e "cuelhos".

Parecia o elo perdido.

Com roupas hippies ou de terno e gravata, o que terminava chamando a atenção era o seu cobertor natural.

Quando transou pela primeira vez, teve que avisar à mulher que já estava nu. E agradecia o fato de pelo menos a cebecinha não ser peluda. De fato, era a única parte do seu corpo sem pelo algum.

E foi essa cabecinha que, com o correr dos anos, terminou por lhe dar a ideia e mais do que isso, animá-lo a realizá-la, de começar um processo gradual de depilação. Queria que seu corpo fosse lisinho, como a cabeça de seu pau, como a pele de um atum.

Munido de tesoura, gilete, navalha, cera e tudo o mais que pudesse eliminar os seus pelos, deu início ao autodesmatamento. Primeiro foram o peito e as costas. Como não podia fazer tudo num único dia, pensou que isso era uma vantagem. As pessoas, principalmente a sua namorada, se acostumariam gradualmente.

O passo seguinte foi depilar braços, pernas, suvaco, pentelhos, pelos das mãos, dos dedos, deixando apenas o seu rosto e a sua cabeça intocados. Tinha medo de mexer na cara. Receava não se reconhecer.

Por isso, primeiro fez parte da barba, deixando um cavanhaque. Dois dias depois raspou o cavanhaque, restando apenas o bigode, que desapareceu três dias depois. O passo seguinte foi ver-se livre das sobrancelhas. O cabelo foi o último. Máquina zero. E o sonho de um corpo liso, completamente liso, realizado.

Estava tão feliz, tão extasiado com o seu novo corpo, sua nova pele, que não percebeu que os pelos não voltavam a crescer. Pensou que fosse uma bênção e que tinha tirado a sorte grande.

Dias, semanas e meses se passaram e a desconfiança de que algo estava errado veio quando percebeu que não podia defecar. Simplesmente não saia. Depois foi a coceira na garganta, uma sensação estranha no estômago, o coração batendo em outro ritmo e o sangue circulando mais devagar. E a certeza de que a coisa era mais séria chegou no dia em que ejaculou pelos pela primeira vez.

I.R.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

escrito nas estrelas

com a cabeça nas nuvens
e o coração nas estrelas,
... vivo...
prisioneiro da razão,
fiel cumpridor da ordem,
mantenedor do status quo,
sem questionamentos ou rebeliões,
transitando entre agá-pês,
i-bê-emes e agá-esse-bê-cês.

escrevendo é como me engano,
é minha válvula de escape,
meu telescópio
me permitindo ver além do que é possível,
vejo vênus e o asteróide b612
com seu pequeno príncipe,
olho a face oculta da lua,
observo as três marias e a ursa maior
admiro o asteróide 2616,
onde quero ter uma casa
e me vejo,
passeando pelo espaço,
pelas estepes de uma galáxia qualquer.

I.R.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

carrossel

tenho medo de altura,

e da montanha russa

só gosto ao rés do chão

giro, subo, desço

passo no mesmo lugar

um raio não cai duas vezes no mesmo lugar,

um rio não passa duas vezes no mesmo lugar,

no mesmo lugar, dois corpos não ocupam o mesmo espaço

ao mesmo tempo,

nem no traço do artista,

nem num abraço,

subo, desço, giro,

volto ao mesmo lugar,

tenho medo de altura,

e ao rés do chão sou réu

e no chão sou apenas eu

desço, subo, giro,

fecho o tambor, engatilho

e reinicio essa roleta russa.


I.R.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

às vezes

às vezes a vontade de escrever é tanta que o texto não sai.
às vezes os assuntos dão volta, giram, rodopiam, mas os dedos não acompanham a velocidade da cabeça.
às vezes o melhor é não escrever nada, esperar a poeira baixar.
(às vezes nem uma imagem vale grande coisa)
e enquanto a poeira ainda sobe e o suor desce, é proibido cochilar.


I.R.

domingo, 18 de outubro de 2009

Bilhete à Senhora dos Remédios



"Miraculosa Rainha do Céu, sob o vosso manto tecido de luz, fazei que a guerra se acabe na terra e haja entre os homens a paz de Jesus."

Buenos Aires, 18 de outubro de 2009

Senhora dos Remédios,

a senhora sabe que não sou mais católico. Sou caótico. Caótico Apóstático Romântico. Mas isso não faz de mim alguém sem memória.

Não renego meu passado entre as paredes da sua casa. Não me esqueço das manhãs de sábado ou de domingo, e mesmo dos dias da semana passados aí, ajudando, aprendendo, conhecendo, consolidando amizades.

E uma vez por ano, no dia 18 de outubro, comemorávamos o seu dia. Procissão, festa na praça, leilão, shows. Marcas de infância, de início de juventude.

Parabéns, Senhora, pelo seu dia. E se não der para dar toda a cura, seja pelo menos uma aspirina para todos nós.

I.R.

sábado, 17 de outubro de 2009

périplo 2

se existe um caminho por lá

ou se é possível ir por ali,

não sei por que vou por aqui,

não sei nem se há um porquê.

será pelo poraquê que me espreita?

ou apenas obra do acaso,

que por acaso,

me espreme as espinhas?

serão as sobras do piraquê?

sei que não sei,

mas peço apenas

que me transportem num poracá

e que minhas possíveis respostas

sejam enterradas como um tesouro,

porém sem um mapa,

principalmente sem um xis.


I.R.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

olé!

time pequeno,
faltam jogadores,
mas quem nunca teve um sonho?
os onze em campo,
davi contra golias,
e no primeiro drible,
eu, único torcedor,
grito:
olé!
sozinho contra o mundo...
olé!
todo o estádio crava os olhos em mim.
olé!
oolé!
ooolé!
olé! se a culpa é querer,
desejo arder no fogo da grande área.
olé! se a culpa é desejar,
quero o castigo de pelo menos um gol anulado.
olé! se alguém não desejou o quase impossível,
que atire a primeira bola.

I.R.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

World Music

Gosto da bossa nova porque é light,
Como o deslizar suave do barquinho,
Na Ilha do Farol, no Rio Minho,
Enquanto tomo um vinho ou bebo Sprite

Se nessa bossa sempre rola insight,
Roça a raça com o jazz bem no escurinho,
Semeia o samba e o semba de mansinho
E canto a bossa nova no meu site

E as tardes em milhões de Itapuãs,
Só posso comparar com os Balcãs,
Quando me entrego ao som de Mesecina,

E esqueço a minha origem africana,
Indígena, holandesa e lusitana,
Na música da Bósnia-Herzegovina.

I.R.

Referência:

I.R

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Disjuntor desarmado




Na vida é assim, às vezes o nosso disjuntor cai. A tensão é tanta, o excesso de carga elétrica é tanto, que o disjuntor precisa cair para que o cérebro se reacomode, para que as coisas voltem à sua "normalidade", palavra posta entre aspas por não estar eu capacitado para definir o que é normal.

Quando isso acontece em casa, a luz falta para todo mundo, para quem mora no local ou para quem está apenas de passagem. Não há possibilidade do disjuntor cair apenas para os donos, deixando as visitas iluminadas como se tivessem um disjuntor próprio administrando um canhão de luz independente.

E o melhor a fazer depende da hora do dia. Se for de dia, o susto e a urgência é saber se faltou luz no bairro ou na rua toda, ou se foi mesmo só o disjuntor de casa. Se for de noite é fácil saber se o corte é próprio ou atinge os vizinhos também. O importante é não desesperar, não sair por aí gritando apenas porque está escuro. A carga era muita. A tensão era máxima. O disjuntor caiu. Acontece.

As visitas entendem que às vezes acontece. Quem nunca, em casa própria, não passou por situação parecida. É verdade que na hora a falta de luz é um pouco incômoda. Você é pego de surpresa e não sabe como reagir. Um tchau rápido normalmente é a melhor saída e "a gente se vê em duas semanas" a solução.

Afinal, é apenas uma falta de luz. Nada que os donos da casa não possam resolver levantando a alavanca para rearmar o disjuntor.

Eu estava na sua casa quando o disjuntor desarmou. Não me machuquei enquanto procurava a escuras a porta de saída. Desculpas aceitas.

I.R.

sábado, 10 de outubro de 2009

calmaria

a brisa me massageia o rosto
e o vendaval me arranca as raízes.
...
vento,
meio calmo, meio violento,
rodamoinho me girando num turbilhão.
o vento das estepes russas
é o mesmo do jalapão,
o vento gelado da praia grande,
é o mesmo que ri em santorini,
que senta e ri entre rios...
...
vento,
sopro do universo,
ar em verso,
arte e talento viajando por aí.

I.R.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vigésimo-quinto bilhete para um world músico

Buenos Aires, 08 de outubro de 2009

Prezado,

não tem dias que você se sente uma música? O problema no meu caso é não saber exatamente que música ser... cansado... extenuado... com sono... com dor de cabeça... com alguns trabalhos para terminar...



I.R.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pedido

- Pois não?
- Garçom, um café com cosquinhas, por favor.
- Desculpe-me, senhor, mas não seriam rosquinhas?
- Não, são cosquinhas mesmo.
- Sim senhor.
- Quero um café e poder sorrir, rir, gargalhar, praticamente mijar nas calças.
- Pois não.
...
- Ah, garçom, por favor, em vez de café que seja um café com leite. Obrigado.

I.R.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ocorrer

minha pouca voz rouca,
só sussura ao peito oco,
que ou ele toma jeito
ou levará um soco.
e os dissabores,
os sensabores,
o troco
e os odores
são parte do ronco,
salgueiro-chorão,
arroubo de adolescente,
arrancado do tronco

I.R.

sábado, 3 de outubro de 2009

De musa, música e filho

Nos comentários da Carta para Mercedes Sosa, disse ao amigo Cava que, para mim, escrever vai além da musa. Nem sempre a musa baixa no terreiro da minha produção, mas escrever é transpiração, é insistência, é aproveitar o instante, é observar o detalhe, é escrever mentalmente indo de um trabalho a outro, entre uma aula e outra, conversando com os amigos, lendo, antes de dormir, cagando ou corrigindo exames.

Mas às vezes a vontade ou o tempo para produzir é pouco. Aí entra o amor pela música e o amor pelo meu filho. E o blog se mantém atualizado. E este blog atualizado faz este blogueiro, arremedo de escritor, feliz.



I.R.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Carta para Mercedes Sosa

Buenos Aires, 01 de outubro de 2009.

Querida Mercedes Sosa,

acho que as homenagens devem ser feitas em vida. Para que esperar a morte e aí sim reconhecermos a importância que alguém teve em nossa vida? Infelizmente, não sei se por preguiça, por acharmos que somos eternos, por preferirmos falar de alguém depois que morre, esperamos a pessoa não estar mais para, então, falarmos dela.

Sua presença na minha vida é grande. Você é uma das minhas primeiras lembranças do espanhol como idioma. Me lembro das tardes, quando criança, ouvindo sua versão de ‘Volver a los 17’, com Milton, o Bituca. Me lembro ainda melhor de outras tardes, já com meus 20 anos, saboreando cada música de seu CD de 30 anos de carreira. E foram muitas essas tardes, em que deitado na cama, com os pés na janela, eu ouvia uma e outra vez cada música desse CD, quando Buenos Aires era apenas a capital da Argentina, um lugar onde tinha estado uma vez, com o Coral Cantavento, mas essa é outra história.

Você foi uma das escolas que tive para abrir meu ouvido a outros tipos de música. O ‘folklore’, a música de protesto em espanhol, León Gieco, Atahualpa Yupanqui, la zamba, la chacarera e até mesmo Charly García. Um novo universo ao alcance dos meus ouvidos.

Obrigado. Muito obrigado.

E aqui estou eu, querida Mercedes, escrevendo com você viva, lutando para se manter viva, com todos nós, seus admiradores, torcendo para que você fique conosco por mais tempo. Sabemos que quando você não estiver com sua presença, sua voz será sua mais fiel representante nesta terra. Seria bom tê-la mais tempo, desfrutar mais tempo da sua voz em vida. Agora, se você não puder mesmo ficar, vá com os mesmo anjos, esses que sempre foram testemunhas do seu canto.

Das poucas coisas que sinto não ter feito nesta minha ainda curta vida, incluo nunca ter ido a um show seu. Paciência. Em outra vida será.

Um grande abraço,

I.R.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

são fases

levo uma vivida em fases
onde as bases do existir não estão definidas
reabro feridas
- dou um beijo na face –
me submeto, confuso,
a um jeito obtuso de tocar o viver.
existirá maior brevidade que a semifusa?
minha consciência difusa não sabe,
meu pensamento volúvel não sabe,
e se sabe não quer me responder
pois a resposta é incompleta,
as fases são incompletas,
e nem o álcool, o sexo,
freud ou a divindade podem completá-las,
respondê-las, contruí-las ou supô-las…

levo uma vida vivida em fases,
onde nenhuma base tem alicerce
e o cerceamento da liberdade de expressão
é uma necessidade de sobrevivência

I.R.