tomo uma aspirina,
aspiro seu sorriso,
minha cabeça continua doendo,
mas meus olhos se sentem melhor.
tomo um calmante,
tento dormir,
não me acalmo
e aclamo minhas câimbras
como causa da minha insônia.
tomo um antiácido,
faço terapia,
tento arrancar a razão dessa agonia,
que me tenta,
me atonta
e me lança ao centro da tormenta.
passo um ungüento,
tomo um viagra,
uma vodca, uma cachaça,
paro na beira do abismo
sem paraquedas,
e só preciso de mais um sorriso
para, enfim, me atirar.
I.R.