terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Carta para Edmar Moreira

Buenos Aires 17 de fevereiro de 2009.

Pouco prezado ainda deputado Edmar Moreira,

Não me interessa saber da sua vida, se você (não pretendo chamá-lo de Vossa Excelência) está bem ou como vai a sua família. Escrevo apenas para tecer alguns comentários.

Primeiro, tenho pena de seus mais de 90 mil eleitores. Mas mais pena tenho de um país que tem 93.360 mil habitantes que acreditem em alguma proposta sua e o elejam deputado.

Ex-PM truculento, empresário sonegador, homem de falcatruas, maracutaias. E deputado.

Você quase foi o Corregedor da Câmara dos Deputados, isto é, o responsável pela apuração de conduta incompatível com o decoro parlamentar. Você!? Para tudo! Um homem que não repassava a contribuição social dos seus funcionários, um homem que tinha um castelo de estilo medieval no interior de Minas Gerais?(construído com que dinheiro?)

Não, Edmar, não dava para você ser corregedor. A sua conduta é incompatível com o decoro parlamentar. E o que você iria fazer? Apurar a sua própria conduta?
E esse castelo? Para mim, os castelos se tornaram museus, hotéis e alguns, claro, continuam sendo residências, mas lá na Europa. Aqui na América do Sul, os castelos aparecem nos contos de fada, nos desenhos animados. Os castelos de verdade aqui no lado de baixo do Equador são uma ostentação de riqueza quase sempre erguida com dinheiro ilícito.

Para mim, os castelos estão ligados às princesas. Mas você, Edmar Moreira, não passa de um sapo que não se tornará um príncipe nem com todos os beijos do mundo.
Sai o dono do castelo, entra O Herdeiro. Sinceramente, não sei quem é pior, se você ou seu substituto. ACM Neto como corregedor, analisando o decoro dos colegas? Para tudo! Ou todo mundo já esqueceu o discurso dele na Câmara dizendo que ia dar uma surra no Lula.

Bem, seu Edmar, são comentários, apenas comentários. Já não tenho o poder do voto para renovar a Câmara. Só voto para presidente e estou de acordo com ele. “São 300 picaretas com anel de doutor”.

E aproveite seu mandato. Espero que o novo corregedor tenha ao menos a decência de investigá-lo e descobrir a origem dos 25 milhões de reais do seu castelo e que o seu mandato seja breve. E sem volta.

Cordialmente,

I.R.