quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Terceira carta para os leitores

Buenos Aires, 3 de setembro de 2008.

Queridos leitores,

Não tenho a menor idéia de quantos vocês sejam, mas como todo mundo que escreve diz ter meia dúzia de leitores, talvez eu também tenha meia dúzia. Ou estou sendo otimista demais? Bem, na verdade isso não importa. Para os de sempre e para os ocasionais, aqui estou de volta.

Digo que estou de volta porque estive alguns dias sem escrever uma carta, com postagens minimalistas e evitando qualquer coisa que me desviasse a atenção por muito tempo. Acho que quem (já) me conhece um pouco sabe que estou falando dessa maré que às vezes chega de boas traduções (e digo boas por causa da quantidade de palavras, não pelo assunto em si).

Mas como nem só de traduções vive o homem, também fui obrigado a escrever menos nos últimos dias por causa de trabalho. O número de aulas aumentou, alguns cursos novos e outros velhos que voltaram das férias.

E no meio de tudo isso, no sábado retrasado caiu um tijolo na minha cabeça. O quê? Riam, riam, eu deixo... caiu um tijolo na minha cabeça. Eu estava chegando em casa e quando fui fechar a porta de entrada do edifício onde moro, um tijolo que estava mal colado na parede, se desprendeu e foi, caprichosamente, se encontrar com o meu cocuruto. Ainda bem que não abriu nem tive que levar pontos. Foi o susto, um galo que cantou de sábado para domingo, na segunda ele já tinha ido embora, uma tarde no hospital para tirar uma chapa da cabeça e o começo da noite na delegacia prestando queixa contra o arquiteto do edifício. E dessa história fica uma lição. A minha cabeça é mais dura do que o que eu pensava que fosse.

Trabalho, trabalho e tijolada na cabeça... e a diversão? Sim, meus amigos leitores, também houve espaço para a diversão. Neste fim de semana passado, Chichi, Santi e eu fomos à Colonia Del Sacramento, do outro lado do Rio da Prata, no Uruguai. Foi a primeira viagem internacional do jovem Santiago, que hoje completa 4 meses de vida extra-uterina. Fazer essa viagem, mesmo tão curta, foi um descanso para mim. Vi o pôr-do-sol, caminhei sem uma bolsa no ombro e sem hora para estar em algum lugar, praticamente não coloquei o dedo no computador, só para ver os resultados esportivos, comi “chivito”, me deliciei com o “chajá”, tomei “Pilsen”, tirei fotos como se fosse um japonês, comprei uma cuia nova para tomar chimarrão e a Chichi aproveitou os preços para comprar e para me fazer comprar sapatos, depois de eu ter passado meses prometendo que compraria.

E agora, de volta à rotina, a grata surpresa de que este espaço, meu porque escrevo, e de vocês porque o lêem chegou a mais de 3000 visitas. Tá certo que mais ou menos a metade deve ser de entradas minhas, da Chichi e de algum amigo, mas não deixa de ser um número expressivo.

Falando em rotina, tenho que trabalhar.

Um grande abraço,

I.R.