Buenos Aires, 31 de julho de 2008
Prezado,
ainda bem que a sua aposentadoria é só do ministério... E que você tenha muitos e muitos anos de sucesso poético-musical.
Aquele abraço,
I.R.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Carta para quem quer ir ao paraíso
Buenos Aires, 30 de julho de 2008.
Prezado amigo que quer ir para o paraíso,
A minha pergunta é: e quem não quer, não é mesmo? Todos queremos ir para o paraíso. E não estou falando da estação Paraíso do metrô de São Paulo, que fique bem claro.
O único problema é justamente esse. De que paraíso estamos falando? As ofertas são tantas e eles são tão diferentes que a gente fica até meio perdido no meio de tantas alternativas ou oportunidades.
Temos, por exemplo, o das 72 virgens; temos também o paraíso da aniquilação do ego; o paraíso no céu com são Pedro trabalhando como recepcionista e porteiro ao mesmo tempo; e o paraíso como um lugar levemente chato cheio de paisagens bonitas como nos quadros vendidos nas lojas de 1,99 onde vamos encontrar os nossos amigos e parentes; ou ainda o paraíso onde a harpa funciona como música ambiente. E eu ainda poderia continuar citando outros, mas não faria muito sentido.
É, não faria sentido porque estou cada vez mais convencido de que todos temos um paraíso, ou uma idéia dele, que é completamente pessoal. Por exemplo, no paraíso das 72 virgens, seriam todas umas belezas ou haveria alguma baranga? Acho que depende do falecido. Tenho um amigo, por exemplo, que sempre se apaixonou por mulheres feias.
Para um torcedor fanático, o paraíso é ver o seu time campeão; para um presidente da república o paraíso é ter maioria no congresso; para um cantor é ver o seu cd vender milhares de originais e poucas cópias piratas; para quem trabalha em banco é ter uma semana inteira sem o sistema ficar fora do ar (e para nós, usuários, também); para um autor de novela é ver a mesma com mais de 50 pontos no Ibope...; ...
Para a mãe do Santiago, por exemplo, o paraíso seria uma boa noite de sono, umas 12 horas, mais ou menos, sem ter que acordar para dar de mamar e fazer arrotar, e depois ao acordar, encontrar o café na cama e a casa limpa. Quando eu posso, ajudo com o café na cama, e com o almoço, e com o jantar, mas limpar a casa nunca foi meu forte.
Para mim, o paraíso é um fim de semana inteiro sem fazer nada, com direito à pipoca, cerveja e vitória do Vasco no domingo... não ria deste último, por favor.
E para o Santiago, meu filho de quase 3 meses, o paraíso é que a mãe dele não tenha só um par de peitos para alimentá-lo. Mas que tenha 50 pares de peitos, de tetas mesmo, cheios de leite, onde ele possa mamar o dia inteiro sem parar.
E o seu paraíso, qual é?
Um abraço,
I.R.
Prezado amigo que quer ir para o paraíso,
A minha pergunta é: e quem não quer, não é mesmo? Todos queremos ir para o paraíso. E não estou falando da estação Paraíso do metrô de São Paulo, que fique bem claro.
O único problema é justamente esse. De que paraíso estamos falando? As ofertas são tantas e eles são tão diferentes que a gente fica até meio perdido no meio de tantas alternativas ou oportunidades.
Temos, por exemplo, o das 72 virgens; temos também o paraíso da aniquilação do ego; o paraíso no céu com são Pedro trabalhando como recepcionista e porteiro ao mesmo tempo; e o paraíso como um lugar levemente chato cheio de paisagens bonitas como nos quadros vendidos nas lojas de 1,99 onde vamos encontrar os nossos amigos e parentes; ou ainda o paraíso onde a harpa funciona como música ambiente. E eu ainda poderia continuar citando outros, mas não faria muito sentido.
É, não faria sentido porque estou cada vez mais convencido de que todos temos um paraíso, ou uma idéia dele, que é completamente pessoal. Por exemplo, no paraíso das 72 virgens, seriam todas umas belezas ou haveria alguma baranga? Acho que depende do falecido. Tenho um amigo, por exemplo, que sempre se apaixonou por mulheres feias.
Para um torcedor fanático, o paraíso é ver o seu time campeão; para um presidente da república o paraíso é ter maioria no congresso; para um cantor é ver o seu cd vender milhares de originais e poucas cópias piratas; para quem trabalha em banco é ter uma semana inteira sem o sistema ficar fora do ar (e para nós, usuários, também); para um autor de novela é ver a mesma com mais de 50 pontos no Ibope...; ...
Para a mãe do Santiago, por exemplo, o paraíso seria uma boa noite de sono, umas 12 horas, mais ou menos, sem ter que acordar para dar de mamar e fazer arrotar, e depois ao acordar, encontrar o café na cama e a casa limpa. Quando eu posso, ajudo com o café na cama, e com o almoço, e com o jantar, mas limpar a casa nunca foi meu forte.
Para mim, o paraíso é um fim de semana inteiro sem fazer nada, com direito à pipoca, cerveja e vitória do Vasco no domingo... não ria deste último, por favor.
E para o Santiago, meu filho de quase 3 meses, o paraíso é que a mãe dele não tenha só um par de peitos para alimentá-lo. Mas que tenha 50 pares de peitos, de tetas mesmo, cheios de leite, onde ele possa mamar o dia inteiro sem parar.
E o seu paraíso, qual é?
Um abraço,
I.R.
terça-feira, 29 de julho de 2008
Tato
Eu subo lentamente pela escada
Sufocado (fumaça, angústia e gases)
Sobem moças, mas quase não rapazes,
Sem saberem de mim (alma cansada).
Eu sento, pois já sinto a perna inchada,
E meus olhos insistem contumazes
Em olhar para corpos tão loquazes
Em tentar ler-me... um livro (alma calada).
Mas sentado já nada quero ler,
A verdade dos olhos quero ver
Deixando-as de vergonha quase roxas.
E esticar o meu braço lentamente,
Pois quero na escada, suavemente,
Tocar minhas verdades em suas coxas.
I.R.
Sufocado (fumaça, angústia e gases)
Sobem moças, mas quase não rapazes,
Sem saberem de mim (alma cansada).
Eu sento, pois já sinto a perna inchada,
E meus olhos insistem contumazes
Em olhar para corpos tão loquazes
Em tentar ler-me... um livro (alma calada).
Mas sentado já nada quero ler,
A verdade dos olhos quero ver
Deixando-as de vergonha quase roxas.
E esticar o meu braço lentamente,
Pois quero na escada, suavemente,
Tocar minhas verdades em suas coxas.
I.R.
domingo, 27 de julho de 2008
Sétimo bilhete para um world músico
Buenos Aires, 27 de julho de 2008
Prezado,
Algumas pessoam transitam entre o etno-pop e o tradicional com uma classe e uma categoria que só os grandes artistas têm.
Sei que você sabe que toda classificação é inconsistente... então, amigo, o que importa é curtir a música... ou as...
Um abraço,
I.R.
PS: Direto do Benin... Angélique Kidjo... com a colaboração, em um dos casos, de Joss Stone.
Prezado,
Algumas pessoam transitam entre o etno-pop e o tradicional com uma classe e uma categoria que só os grandes artistas têm.
Sei que você sabe que toda classificação é inconsistente... então, amigo, o que importa é curtir a música... ou as...
Um abraço,
I.R.
PS: Direto do Benin... Angélique Kidjo... com a colaboração, em um dos casos, de Joss Stone.
sábado, 26 de julho de 2008
Carta para os travestis
Buenos Aires, 26 de julho de 2008.
Prezados Travestis,
Antes de mais nada, acho que devo lhes dizer que a condição de vocês não me importa. Para que não haja dúvida, não me importa se você dá ou come, e que me perdoem os olhos sensíveis que lêem esta carta.
Sabemos que a maioria de vocês vai parar no mundo da prostituição. Por que será? Ou a sociedade realmente não dá trabalho aos travestis, ou tá cheio de machão que curte uma mulher ovinho Kinder, aquele que vem com surpresa. Tá certo, me desculpem a piada sem graça, fácil e inevitável.
Na minha maior e total ignorância, não sei o que é o travestismo. São homens, são mulheres, são homens que querem ser mulheres, são homens que se vestem de mulheres, agem como mulheres, mas têm pomo-de-adão? Não sei... e, para dizer a verdade, não me importa muito saber.
Apesar de achar um pouco estranho que um homem se vista de mulher e saia por aí em cima de plataformas altíssimas e usando shortinhos e tops, eu não tenho nada a ver com isso. Cada um é feliz como pode. E se vocês, travestis, vão parar no mundo da prostituição, não sejamos hipócritas... se há oferta é porque há demanda. E ponto final.
O que me intriga não tem nada a ver com questões morais ou sociais ou de caráter psicológico. Não sou psicanalista, não sou sociólogo, nem padre, pastor, nem consumidor, gostaria de esclarecer... sem preconceito.
O que me intriga é pensar naqueles postos de gasolina de beira de estrada, aqueles especializados no público caminhoneiro. O que me intriga são as rodoviárias, as pizzarias, os McDonald's, os institutos de idiomas, as universidades, etc., especificamente os seus banheiros.
Sim, os seus banheiros me intrigam, e a única pergunta que eu faço é se vocês, travestis, vão ao banheiro masculino ou feminino desses lugares? Vocês são “mulheres” que fazem xixi em pé? Vocês são homens que vão ao banheiro em dupla para retocar a maquiagem?
O banheiro, e isso é motivo para outra carta, nos diferencia, homens e mulheres. E para vocês, travestis, o banheiro é uma síntese ou é apenas um lugar que causa mais confusão ao que já é confuso?
Sem mais, os saúda,
I.R.
Prezados Travestis,
Antes de mais nada, acho que devo lhes dizer que a condição de vocês não me importa. Para que não haja dúvida, não me importa se você dá ou come, e que me perdoem os olhos sensíveis que lêem esta carta.
Sabemos que a maioria de vocês vai parar no mundo da prostituição. Por que será? Ou a sociedade realmente não dá trabalho aos travestis, ou tá cheio de machão que curte uma mulher ovinho Kinder, aquele que vem com surpresa. Tá certo, me desculpem a piada sem graça, fácil e inevitável.
Na minha maior e total ignorância, não sei o que é o travestismo. São homens, são mulheres, são homens que querem ser mulheres, são homens que se vestem de mulheres, agem como mulheres, mas têm pomo-de-adão? Não sei... e, para dizer a verdade, não me importa muito saber.
Apesar de achar um pouco estranho que um homem se vista de mulher e saia por aí em cima de plataformas altíssimas e usando shortinhos e tops, eu não tenho nada a ver com isso. Cada um é feliz como pode. E se vocês, travestis, vão parar no mundo da prostituição, não sejamos hipócritas... se há oferta é porque há demanda. E ponto final.
O que me intriga não tem nada a ver com questões morais ou sociais ou de caráter psicológico. Não sou psicanalista, não sou sociólogo, nem padre, pastor, nem consumidor, gostaria de esclarecer... sem preconceito.
O que me intriga é pensar naqueles postos de gasolina de beira de estrada, aqueles especializados no público caminhoneiro. O que me intriga são as rodoviárias, as pizzarias, os McDonald's, os institutos de idiomas, as universidades, etc., especificamente os seus banheiros.
Sim, os seus banheiros me intrigam, e a única pergunta que eu faço é se vocês, travestis, vão ao banheiro masculino ou feminino desses lugares? Vocês são “mulheres” que fazem xixi em pé? Vocês são homens que vão ao banheiro em dupla para retocar a maquiagem?
O banheiro, e isso é motivo para outra carta, nos diferencia, homens e mulheres. E para vocês, travestis, o banheiro é uma síntese ou é apenas um lugar que causa mais confusão ao que já é confuso?
Sem mais, os saúda,
I.R.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Sexto bilhete para um world músico
Buenos Aires, 23 de julho de 2008
Prezado,
espero que você saiba o que muita gente não tem a menor idéia... É que nem só de tango vive a música argentina.
No meio de uma enorme variedade, há espaço para o Bailecito... e tocado por Jaime Torres tem um sabor todo especial.
Um abraço,
I.R.
Prezado,
espero que você saiba o que muita gente não tem a menor idéia... É que nem só de tango vive a música argentina.
No meio de uma enorme variedade, há espaço para o Bailecito... e tocado por Jaime Torres tem um sabor todo especial.
Um abraço,
I.R.
terça-feira, 22 de julho de 2008
Paladar
Da missa dos domingos eu gostava
Como evento social e de amizade,
Mas antes, bem mais novo, ai que saudade,
Era um outro sabor que me levava.
Era um sabor mais branco o que eu buscava,
Um sabor ao que eu dava lealdade,
Um sabor de menino e de verdade,
O que depois da missa me atiçava.
E eu me lembro do gosto bem salgado,
E que comprava dois, um era fiado,
E lembrar disso tudo só me toca.
E a missa dos domingos não perdia,
E a pracinha era toda poesia,
E eu sorria um sorriso de pipoca.
I.R.
Como evento social e de amizade,
Mas antes, bem mais novo, ai que saudade,
Era um outro sabor que me levava.
Era um sabor mais branco o que eu buscava,
Um sabor ao que eu dava lealdade,
Um sabor de menino e de verdade,
O que depois da missa me atiçava.
E eu me lembro do gosto bem salgado,
E que comprava dois, um era fiado,
E lembrar disso tudo só me toca.
E a missa dos domingos não perdia,
E a pracinha era toda poesia,
E eu sorria um sorriso de pipoca.
I.R.
sábado, 19 de julho de 2008
Quinto bilhete para um world músico
Buenos Aires, 19 de julho de 2008
Prezado,
não sei se você sabe, mas, no Brasil, sábado é dia de feira.
Um abraço,
I.R.
Prezado,
não sei se você sabe, mas, no Brasil, sábado é dia de feira.
Um abraço,
I.R.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Visão
Os olhos que possuem tem um quê,
Um quê que é diferente, um quê a mais
Que vem lá das cavernas ancestrais,
Bengala do ciclope que não vê.
O olho possui aquilo que ele lê
Em braile ou alfabeto de sinais;
Os olhos que possuem, animais,
Possuem um pouquinho de você.
Os olhos que possuem tem um cisco,
Não sabem que eles correm grande risco
De não ver as vergonhas que eles dão.
E antolhos nos colocam qual cavalo,
E os olhos já não sabem do que falo,
E pesa a culpa aos olhos sem razão.
I.R.
Um quê que é diferente, um quê a mais
Que vem lá das cavernas ancestrais,
Bengala do ciclope que não vê.
O olho possui aquilo que ele lê
Em braile ou alfabeto de sinais;
Os olhos que possuem, animais,
Possuem um pouquinho de você.
Os olhos que possuem tem um cisco,
Não sabem que eles correm grande risco
De não ver as vergonhas que eles dão.
E antolhos nos colocam qual cavalo,
E os olhos já não sabem do que falo,
E pesa a culpa aos olhos sem razão.
I.R.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Carta para os homens
Buenos Aires, 16 de julho de 2008.
Prezados Homens,
Acho que não preciso fazer toda uma introdução, e posso ir direto ao assunto, não? Não é preciso dizer que vocês, digo, nós, somos todos iguais. As mulheres já se encarregaram de espalhar a notícia. Ah, não, leitoras, não pensem que as estou chamando de fofoqueiras. Longe de mim. Até porque acho que nós, homens, somos mais fofoqueiros do que vocês.
Mas esta carta não é para falar sobre nossas misérias mais humanas, como a fofoca, ou o fato de sermos o verdadeiro sexo frágil. Não poderíamos parir. E sabemos disso. Não agüentaríamos as dores do parto, os pontos de uma cesariana e menos ainda todo o trabalho de amamentar a cada duas ou três horas durante sabe-se lá quanto tempo.
Não, esta carta é para que compartilhemos nossas misérias divinas. Muito se fala do pecado original e da expulsão do homem e da mulher do paraíso. Fala-se das dores do parto que a mulher ganhou como castigo. Fala-se do esforço que a humanidade teve de passar a fazer para se sustentar, para sobreviver. Mas ninguém fala, nem falou, sobre a pior sensação do homem. Somos incompletos. Fomos expulsos do paraíso e ficamos incompletos. E não estou falando de nenhuma costela que nos foi extraída, mas sim de um apêndice.
A verdade é que nós homens, depois que perdemos uma costela, ganhamos um controle remoto como compensação. E no paraíso, estávamos completos, e éramos felizes. Mas no dia que ganhamos o cartão vermelho por causa da maçã (mais envenenada do que a da Branca de Neve), perdemos o apêndice do nosso braço, o controle remoto.
Por isso, quando estamos em casa e ligamos a televisão, automaticamente nossos dedos tomam posse do controle, e começamos a zapear, da mesma maneira que fazíamos no Jardim do Éden, vendo 2 minutos de um filme de suspense, 5 de um de ação, 15 segundos de uma comédia romântica, meio capítulo de novela, que já encontramos começada, e 2 horas de futebol.
Não é que nós queiramos, mas ter o controle remoto nos devolve o nosso eixo, nos devolve ao nosso estado de paraíso, nos devolve o que realmente somos. E isso talvez as mulheres não saibam.
Homens, devemos contar essa verdade para todas as mulheres, sem exceção, porque entender isso ajuda a que elas nos entendam um pouco mais, apesar de sermos todos iguais.
Um abraço,
I.R.
Prezados Homens,
Acho que não preciso fazer toda uma introdução, e posso ir direto ao assunto, não? Não é preciso dizer que vocês, digo, nós, somos todos iguais. As mulheres já se encarregaram de espalhar a notícia. Ah, não, leitoras, não pensem que as estou chamando de fofoqueiras. Longe de mim. Até porque acho que nós, homens, somos mais fofoqueiros do que vocês.
Mas esta carta não é para falar sobre nossas misérias mais humanas, como a fofoca, ou o fato de sermos o verdadeiro sexo frágil. Não poderíamos parir. E sabemos disso. Não agüentaríamos as dores do parto, os pontos de uma cesariana e menos ainda todo o trabalho de amamentar a cada duas ou três horas durante sabe-se lá quanto tempo.
Não, esta carta é para que compartilhemos nossas misérias divinas. Muito se fala do pecado original e da expulsão do homem e da mulher do paraíso. Fala-se das dores do parto que a mulher ganhou como castigo. Fala-se do esforço que a humanidade teve de passar a fazer para se sustentar, para sobreviver. Mas ninguém fala, nem falou, sobre a pior sensação do homem. Somos incompletos. Fomos expulsos do paraíso e ficamos incompletos. E não estou falando de nenhuma costela que nos foi extraída, mas sim de um apêndice.
A verdade é que nós homens, depois que perdemos uma costela, ganhamos um controle remoto como compensação. E no paraíso, estávamos completos, e éramos felizes. Mas no dia que ganhamos o cartão vermelho por causa da maçã (mais envenenada do que a da Branca de Neve), perdemos o apêndice do nosso braço, o controle remoto.
Por isso, quando estamos em casa e ligamos a televisão, automaticamente nossos dedos tomam posse do controle, e começamos a zapear, da mesma maneira que fazíamos no Jardim do Éden, vendo 2 minutos de um filme de suspense, 5 de um de ação, 15 segundos de uma comédia romântica, meio capítulo de novela, que já encontramos começada, e 2 horas de futebol.
Não é que nós queiramos, mas ter o controle remoto nos devolve o nosso eixo, nos devolve ao nosso estado de paraíso, nos devolve o que realmente somos. E isso talvez as mulheres não saibam.
Homens, devemos contar essa verdade para todas as mulheres, sem exceção, porque entender isso ajuda a que elas nos entendam um pouco mais, apesar de sermos todos iguais.
Um abraço,
I.R.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Olfato
Eu sinto no ar um cheiro que incomoda,
Sinto um cheiro de terno e de gravata
Um cheiro de também roupa barata,
Eu sinto no ar um cheiro à merda e moda.
Um cheiro à gasolina, um cheiro à roda,
Eu sinto, e sinto um cheiro a gente ingrata,
Um cheiro de lacraia e de barata,
Um cheiro forte a fumo, um cheiro à foda.
Eu sinto o cheiro, apenas sinto o cheiro,
E temo descobrir-me por inteiro;
Temo me revelar, eis meu temor.
Pois como em meu nariz o cheiro avança,
Temo um dia perder toda a esperança,
E ser apenas um com este fedor.
I.R.
Sinto um cheiro de terno e de gravata
Um cheiro de também roupa barata,
Eu sinto no ar um cheiro à merda e moda.
Um cheiro à gasolina, um cheiro à roda,
Eu sinto, e sinto um cheiro a gente ingrata,
Um cheiro de lacraia e de barata,
Um cheiro forte a fumo, um cheiro à foda.
Eu sinto o cheiro, apenas sinto o cheiro,
E temo descobrir-me por inteiro;
Temo me revelar, eis meu temor.
Pois como em meu nariz o cheiro avança,
Temo um dia perder toda a esperança,
E ser apenas um com este fedor.
I.R.
domingo, 13 de julho de 2008
Bilhete para um cigano
Buenos Aires, 13 de julho de 2008
Sei que corro o risco de me tornar repetitivo. Mas essa repetição talvez desagrade os que não sentem como certos ritmos podem fluir pelas veias como se fosse o próprio sangue, um estimulante natural para o coração.
Um abraço,
I.R.
Sei que corro o risco de me tornar repetitivo. Mas essa repetição talvez desagrade os que não sentem como certos ritmos podem fluir pelas veias como se fosse o próprio sangue, um estimulante natural para o coração.
Um abraço,
I.R.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Gotan
Yo ya no tengo nada de dinero,
No tengo y nunca tuve algo de plata
Y como no me creen me dicen rata
Y no contesto o me hago el quilombero
Me dicen que la plata es lo primero,
Que si no la tenemos ya nos mata,
Que nos viene a cazar, de eso se trata
Justo a mí tan sin guita el mes entero
Y la gente me toma por el lope,
Porque no tengo nada, cero sope,
Y no quiero tener ni medio mango
Porque lo que me importa es la poesía
Y cuando ya no tenga para el día
Me sentaré en la lleca a escuchar tango
I.R.
PS: Nem só de língua portuguesa vive o poeta...
I.R.
No tengo y nunca tuve algo de plata
Y como no me creen me dicen rata
Y no contesto o me hago el quilombero
Me dicen que la plata es lo primero,
Que si no la tenemos ya nos mata,
Que nos viene a cazar, de eso se trata
Justo a mí tan sin guita el mes entero
Y la gente me toma por el lope,
Porque no tengo nada, cero sope,
Y no quiero tener ni medio mango
Porque lo que me importa es la poesía
Y cuando ya no tenga para el día
Me sentaré en la lleca a escuchar tango
I.R.
PS: Nem só de língua portuguesa vive o poeta...
I.R.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Carta para a MPB
Buenos Aires, 10 de julho de 2008.
Querida Música Popular Brasileira,
Como vai? Antes de mais nada, preciso dizer que sou seu fã, e escrever para um ídolo é sempre um momento de muita emoção. Me desculpe se não eu conseguir articular meu pensamento com linearidade, imparcialidade ou que simplesmente pareça um bobo.
Desde criança mamei nos seus acordes, nas suas melodias, até ficar maiorzinho, quando passei a beber as suas letras. Aos poucos fui descobrindo os seus avatares, os seus gurus, os seus papas, as suas sacerdotisas, os seus poetas, e um dia me vi, como muitos, querendo separar o joio do trigo.
Eu também caí na armadilha de querer classificar o que era MPB e o que não era. Separar a boa música da má, num processo onde aos bons se dedica um lugar na sala, aos muito bons, um lugar de frente para a TV de plasma de 42 polegadas (o melhor lugar da sala), e aos maus é reservada a cozinha, ou apenas o quarto da empregada. Assim, Caetano Veloso ficou na melhor poltrona, tomando um uísque, e Reginaldo Rossi num banquinho ao lado da porta dos fundos tomando uma pinga. E Marisa Monte ficou comendo uns canapés, enquanto a Joelma do grupo Calypso ficou fritando uns croquetes.
Agora, se Reginaldo Rossi e Calypso, apenas para dizer alguns, não fazem parte da música POPULAR brasileira, quem é que faz?
Eu estava enganado, amiga MPB. Não há diferença entre sala e cozinha, entre casa grande e senzala, na música brasileira. Há espaço para Caetanos e Bethânias, e para Odaíres José e Agnaldos Timóteo. E há espaço para Caubys, Nélsons Gonçalves e Ângelas Maria, e Sibas, e Lenines, e Carrapichos, e Calcinhas Preta, e Legiões Urbana, e Raças Negra, e Terrassambas, e Chicletes com Banana, e Ivetes, e Clementinas, e Pixinguinhas, e NXs Zero, e Ottos, e Elises, e Oloduns, e Riachões, e Sandys, e Marcelos D2, e Joões Gilberto, e MCs , e milhares de etc.
Isso não significa que eu goste de todos eles. Você sabe muito bem que tenho minhas preferências. Só não gosto desta distinção entre bom e mau gosto que querem nos impor. Essa segregação que procura manter a distância entre pobres e ricos, que procura marcar o gosto do pobre ou até mesmo a sua produção musical como sendo inferior. Bem diz o ditado: Gosto não se discute. E que o ditado pare por aí. Existe uma versão que diz: Gosto não se discute, se lamenta. Mas, por que se lamenta? Porque o gosto do outro não é o mesmo que o meu? Porque o meu padrão de bom gosto é o melhor? Porque o meu sabão em pó lava mais branco, o meu pai é mais rico, e o meu pau é maior que o seu? Hmmmm... Desculpe... me deixei levar pela emoção.
Gosto não se discute. E ponto. E sem essa de mau gosto ou bom gosto. Música A, B ou C ou quantas letras o alfabeto tiver. Cada um escuta o que quer. E se quiser escutar as 3, ninguém tem nada a ver com isso. Acredito que existem segmentos dentro da MPB, é verdade... samba, rock, pagode, axé, brega, pop, forró e tantos etc. como vocês possam imaginar. Para mim, o importante é continuar ouvindo, descobrindo e selecionando o que, para mim, é o mais interessante.
Obrigado, ocupadíssima MPB, por ler esta carta. Se puder responder, como fã, eu ficaria eternamente agradecido.
Um grande abraço,
I.R.
I.R.
Querida Música Popular Brasileira,
Como vai? Antes de mais nada, preciso dizer que sou seu fã, e escrever para um ídolo é sempre um momento de muita emoção. Me desculpe se não eu conseguir articular meu pensamento com linearidade, imparcialidade ou que simplesmente pareça um bobo.
Desde criança mamei nos seus acordes, nas suas melodias, até ficar maiorzinho, quando passei a beber as suas letras. Aos poucos fui descobrindo os seus avatares, os seus gurus, os seus papas, as suas sacerdotisas, os seus poetas, e um dia me vi, como muitos, querendo separar o joio do trigo.
Eu também caí na armadilha de querer classificar o que era MPB e o que não era. Separar a boa música da má, num processo onde aos bons se dedica um lugar na sala, aos muito bons, um lugar de frente para a TV de plasma de 42 polegadas (o melhor lugar da sala), e aos maus é reservada a cozinha, ou apenas o quarto da empregada. Assim, Caetano Veloso ficou na melhor poltrona, tomando um uísque, e Reginaldo Rossi num banquinho ao lado da porta dos fundos tomando uma pinga. E Marisa Monte ficou comendo uns canapés, enquanto a Joelma do grupo Calypso ficou fritando uns croquetes.
Agora, se Reginaldo Rossi e Calypso, apenas para dizer alguns, não fazem parte da música POPULAR brasileira, quem é que faz?
Eu estava enganado, amiga MPB. Não há diferença entre sala e cozinha, entre casa grande e senzala, na música brasileira. Há espaço para Caetanos e Bethânias, e para Odaíres José e Agnaldos Timóteo. E há espaço para Caubys, Nélsons Gonçalves e Ângelas Maria, e Sibas, e Lenines, e Carrapichos, e Calcinhas Preta, e Legiões Urbana, e Raças Negra, e Terrassambas, e Chicletes com Banana, e Ivetes, e Clementinas, e Pixinguinhas, e NXs Zero, e Ottos, e Elises, e Oloduns, e Riachões, e Sandys, e Marcelos D2, e Joões Gilberto, e MCs , e milhares de etc.
Isso não significa que eu goste de todos eles. Você sabe muito bem que tenho minhas preferências. Só não gosto desta distinção entre bom e mau gosto que querem nos impor. Essa segregação que procura manter a distância entre pobres e ricos, que procura marcar o gosto do pobre ou até mesmo a sua produção musical como sendo inferior. Bem diz o ditado: Gosto não se discute. E que o ditado pare por aí. Existe uma versão que diz: Gosto não se discute, se lamenta. Mas, por que se lamenta? Porque o gosto do outro não é o mesmo que o meu? Porque o meu padrão de bom gosto é o melhor? Porque o meu sabão em pó lava mais branco, o meu pai é mais rico, e o meu pau é maior que o seu? Hmmmm... Desculpe... me deixei levar pela emoção.
Gosto não se discute. E ponto. E sem essa de mau gosto ou bom gosto. Música A, B ou C ou quantas letras o alfabeto tiver. Cada um escuta o que quer. E se quiser escutar as 3, ninguém tem nada a ver com isso. Acredito que existem segmentos dentro da MPB, é verdade... samba, rock, pagode, axé, brega, pop, forró e tantos etc. como vocês possam imaginar. Para mim, o importante é continuar ouvindo, descobrindo e selecionando o que, para mim, é o mais interessante.
Obrigado, ocupadíssima MPB, por ler esta carta. Se puder responder, como fã, eu ficaria eternamente agradecido.
Um grande abraço,
I.R.
I.R.
terça-feira, 8 de julho de 2008
Audição
Lacônico... me exponho assim. lacônico.
Um pouco, mas bem poucos, vão sentir
Cada palavra, a cada vão sorrir,
Íntimo golpe de ar ou gás carbônico.
A beleza no céu de um supersônico...
- Louca comparação a cada ouvir
Uma simples palavra que sair - .
Cada palavra um trauma quase harmônico.
Indiferente eu falo baixo e pouco
Afogado em palavras, quase rouco;
Levado a cada vez menos falar.
Umedeço meus lábios, minha língua,
Calando-me de vez a voz que míngua;
Imaginando alguém a me escutar.
I.R.
Um pouco, mas bem poucos, vão sentir
Cada palavra, a cada vão sorrir,
Íntimo golpe de ar ou gás carbônico.
A beleza no céu de um supersônico...
- Louca comparação a cada ouvir
Uma simples palavra que sair - .
Cada palavra um trauma quase harmônico.
Indiferente eu falo baixo e pouco
Afogado em palavras, quase rouco;
Levado a cada vez menos falar.
Umedeço meus lábios, minha língua,
Calando-me de vez a voz que míngua;
Imaginando alguém a me escutar.
I.R.
sábado, 5 de julho de 2008
Quarto bilhete para um world músico
Buenos Aires, 5 de julho de 2008
Prezado,
sejamos sinceros, o que para uns é pura world music, música étnica, música do mundo, chame como quiser, para outros é apenas música nacional, música popular, ou neste caso, simples e maravilhosa MPB.
Já sei que o conceito de MPB é altamente discutível, mas acho que um bilhete não é o lugar para discutir esses assuntos. Vamos tomar umas cervejas e discutir se Caetano, Cazuza, Roberto Carlos, Leci Brandão e Reginaldo Rossi pertencem todos à essa tal de MPB. Enquanto isso, que o mestre Gil nos aqueça neste inverno...
Um abraço,
I.R.
Prezado,
sejamos sinceros, o que para uns é pura world music, música étnica, música do mundo, chame como quiser, para outros é apenas música nacional, música popular, ou neste caso, simples e maravilhosa MPB.
Já sei que o conceito de MPB é altamente discutível, mas acho que um bilhete não é o lugar para discutir esses assuntos. Vamos tomar umas cervejas e discutir se Caetano, Cazuza, Roberto Carlos, Leci Brandão e Reginaldo Rossi pertencem todos à essa tal de MPB. Enquanto isso, que o mestre Gil nos aqueça neste inverno...
Um abraço,
I.R.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Carta para Roberto Dinamite
Buenos Aires, 2 de julho de 2008.
Prezado Roberto Dinamite,
Antes de mais nada, parabéns pela posse de ontem, como novo presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama. Mas a este assunto, voltaremos em seguida. Antes de falarmos mais sobre esse momento histórico, gostaria de tecer outros comentários.
Não sou crítico de futebol ou comentarista esportivo. Nem entendo tanto de futebol quanto gosto. Gosto dos números, das estatísticas, mas não sei adjetivar jogadas, não se reconhecer posições dentro de campo, muito menos saber quais são as funções por número de camisa.
Mesmo assim, tenho minha própria visão sobre alguns jogadores e a minha própria classificação para eles. Para mim, um jogador pertence a uma escala, que começa com o “perna-de-pau”. Depois vem o “chinelinho” o “meia-boca”, o de “médio”, o “bom jogador”, o “craque” e o “gênio”. Sei que algumas pessoas ainda colocariam a categoria “deus”, mas tenho minhas dúvidas se ela é realmente uma categoria ou uma análise feita pela emoção e distante do tempo em que ocorreram os fatos. Sabemos que as imagens gravadas podem nos enganar e com uma boa edição de imagens qualquer Cocada pode parecer Pelé.
Para mim, a categoria “gênio” só é adquirida quando o craque pára de jogar futebol. É como um militar que passa para a reserva e se aposenta com uma patente imediatamente acima da que ocupava na ativa. O generalato, digo, o “genialato” adquirido durante a carreira é privilégio de poucos, como Pelé, Garrincha e Maradona, por exemplo. Outros, para mim, foram promovidos a gênio, como Zico, Romário (é gênio ou é craque?), Platini, Zidane, Beckenbauer e Cruyff, por exemplo. Já Túlio, Palermo e Obina, para mim, são bons jogadores, dos quais não tiro o mérito de serem grandes artilheiros. Enquanto Tevez, os Ronaldos, Fenômeno, Gaúcho e o Cristiano, Messi, “El” Niño Torres, Eto'o, Drogba, Gullit, Bebeto e Rivaldo, para dizer alguns, são ou foram craques. E é nessa categoria, querido Roberto, que eu o colocaria. Você foi um craque. Um excelente jogador, um dos maiores de todos os tempos no Vasco, o maior ídolo da história do Gigante da Colina, maior artilheiro dos campeonatos brasileiro e carioca, um jogador enorme.
Agora, Roberto, voltando ao início desta carta, tenho certeza de que chegou o momento de você se tornar um “gênio”. Chegou a hora da sua promoção, mesmo que tardia. Roberto, você é o primeiro ídolo, craque, artilheiro, de um clube a chegar ao cargo de presidente do mesmo. Chegou a hora de mostrar ao mundo do futebol que é possível presidir um clube sem negócios escusos, sem ditadura e com seriedade. E o Vasco, vilmente maltratado durante tantos anos necessita reocupar o seu lugar de destaque no cenário do futebol brasileiro. O Vasco precisa voltar a conquistar títulos, a disputar as primeiras colocações, a jogar bonito, a revelar talentos, e deixar de ser vice. Espero que com você, Roberto Dinamite, a nossa caravela reencontre o caminho. Muita sorte e bom trabalho!
Um abraço,
I.R.
I.R.
Prezado Roberto Dinamite,
Antes de mais nada, parabéns pela posse de ontem, como novo presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama. Mas a este assunto, voltaremos em seguida. Antes de falarmos mais sobre esse momento histórico, gostaria de tecer outros comentários.
Não sou crítico de futebol ou comentarista esportivo. Nem entendo tanto de futebol quanto gosto. Gosto dos números, das estatísticas, mas não sei adjetivar jogadas, não se reconhecer posições dentro de campo, muito menos saber quais são as funções por número de camisa.
Mesmo assim, tenho minha própria visão sobre alguns jogadores e a minha própria classificação para eles. Para mim, um jogador pertence a uma escala, que começa com o “perna-de-pau”. Depois vem o “chinelinho” o “meia-boca”, o de “médio”, o “bom jogador”, o “craque” e o “gênio”. Sei que algumas pessoas ainda colocariam a categoria “deus”, mas tenho minhas dúvidas se ela é realmente uma categoria ou uma análise feita pela emoção e distante do tempo em que ocorreram os fatos. Sabemos que as imagens gravadas podem nos enganar e com uma boa edição de imagens qualquer Cocada pode parecer Pelé.
Para mim, a categoria “gênio” só é adquirida quando o craque pára de jogar futebol. É como um militar que passa para a reserva e se aposenta com uma patente imediatamente acima da que ocupava na ativa. O generalato, digo, o “genialato” adquirido durante a carreira é privilégio de poucos, como Pelé, Garrincha e Maradona, por exemplo. Outros, para mim, foram promovidos a gênio, como Zico, Romário (é gênio ou é craque?), Platini, Zidane, Beckenbauer e Cruyff, por exemplo. Já Túlio, Palermo e Obina, para mim, são bons jogadores, dos quais não tiro o mérito de serem grandes artilheiros. Enquanto Tevez, os Ronaldos, Fenômeno, Gaúcho e o Cristiano, Messi, “El” Niño Torres, Eto'o, Drogba, Gullit, Bebeto e Rivaldo, para dizer alguns, são ou foram craques. E é nessa categoria, querido Roberto, que eu o colocaria. Você foi um craque. Um excelente jogador, um dos maiores de todos os tempos no Vasco, o maior ídolo da história do Gigante da Colina, maior artilheiro dos campeonatos brasileiro e carioca, um jogador enorme.
Agora, Roberto, voltando ao início desta carta, tenho certeza de que chegou o momento de você se tornar um “gênio”. Chegou a hora da sua promoção, mesmo que tardia. Roberto, você é o primeiro ídolo, craque, artilheiro, de um clube a chegar ao cargo de presidente do mesmo. Chegou a hora de mostrar ao mundo do futebol que é possível presidir um clube sem negócios escusos, sem ditadura e com seriedade. E o Vasco, vilmente maltratado durante tantos anos necessita reocupar o seu lugar de destaque no cenário do futebol brasileiro. O Vasco precisa voltar a conquistar títulos, a disputar as primeiras colocações, a jogar bonito, a revelar talentos, e deixar de ser vice. Espero que com você, Roberto Dinamite, a nossa caravela reencontre o caminho. Muita sorte e bom trabalho!
Um abraço,
I.R.
I.R.
terça-feira, 1 de julho de 2008
Produto Original
Se querer conferir mercadoria
É uma prova de falta de confiança
Peço a você que pese na balança
E pense que isso é só uma garantia
Gato por lebre vê-se todo dia
Por isso conferir é uma esperança
De o produto francês ser só da França
E o lombardo ser sim da Lombardia
Vivemos numa era made in China
Onde a pirataria é coisa fina
Um mundo onde Colombo vira Américo
Então, por isso, quero conferir
Quero ver e provar, eu quero abrir,
Saber que seja real e não genérico
I.R.
É uma prova de falta de confiança
Peço a você que pese na balança
E pense que isso é só uma garantia
Gato por lebre vê-se todo dia
Por isso conferir é uma esperança
De o produto francês ser só da França
E o lombardo ser sim da Lombardia
Vivemos numa era made in China
Onde a pirataria é coisa fina
Um mundo onde Colombo vira Américo
Então, por isso, quero conferir
Quero ver e provar, eu quero abrir,
Saber que seja real e não genérico
I.R.
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