terça-feira, 29 de julho de 2008

Tato

Eu subo lentamente pela escada
Sufocado (fumaça, angústia e gases)
Sobem moças, mas quase não rapazes,
Sem saberem de mim (alma cansada).

Eu sento, pois já sinto a perna inchada,
E meus olhos insistem contumazes
Em olhar para corpos tão loquazes
Em tentar ler-me... um livro (alma calada).

Mas sentado já nada quero ler,
A verdade dos olhos quero ver
Deixando-as de vergonha quase roxas.

E esticar o meu braço lentamente,
Pois quero na escada, suavemente,
Tocar minhas verdades em suas coxas.

I.R.