Eu vivo de inventar todos os dias
Invento vidas, nomes e remédios
E solução prum terço dos meus tédios
Invento histórias, dores e alegrias
Sou de inventar também as euforias
Invento as desavenças e os assédios
Os "ais" pequenos, grandes, os "ais" médios
Invento ordens, invento hipocrisias
E vivo a minha vida de inventor
Sem deixar perceber ou só supor
Que de invenções minh'alma inteira vive
E invento aqueles versos que não li
E também as paixões que não vivi
Os amores passados que não tive
I.R.