se me divido em muitas gavetas,
em múltiplas prateleiras,
em um sem-fim de compartimentos
com espaços e medidas desiguais,
ilusão de ter tudo separado,
organizado,
delimitado por fronteiras,
não percebo nesses limites,
que meus eus não precisam de passaporte,
eles vêm e vão, sem visto de entrada
e sem tratado de extradição.
I.R.