quarta-feira, 25 de setembro de 2013

operários

Foto: Simão Salomão
 
não podemos ser como éramos,
porque já não somos
quem um dia fomos.
não podemos sentir como sentíamos
nem amar como amávamos,
o que não significa que não haja amor.

no fundo, a criança que eu era
ou o adulto que estou sendo
são tão diferentes
quanto sigo sendo  o mesmo.

é como transitar um caminho de subida
e uma rota de descida,
entrada e saída e saída de emergência,
com a urgência de dizer que,
ainda que possamos descer,
não podemos voltar atrás.

somos operários na construção do amor.
sem batermos ponto,
sem marcarmos horário.
o tempo não determina quem somos,
não mostra o quanto amamos.

não podemos ser como éramos,
mas podemos ser felizes à medida que vamos sendo.

I.R.