Foto: Philippe Cuizinaud
até quando cantaremos engaiolados,
iludidos com que somos livres?
até quando pensaremos
que a vida por trás das grades
é todo o mundo que há por conhecer?
até quando?
cantamos sem a lembrança da liberdade,
mas com a ilusão de negar o cativeiro.
pensamos que pular é alçar voo
e nos agarramos ao poleiro
como um náufrago à tábua de salvação.
esperar alguém abrir a porta,
é apenas trocar de prisão.
cada um precisa usar o próprio bico,
e usar as próprias asas.
I.R.