Buenos Aires, 09 de dezembro de 2009
Só temos uma vida para viver, e não é possível vivê-la sempre em função do outro, dos outros. Não devemos, ou pelo menos não deveríamos, pautar nossas decisões em procurar agradar os demais, em fazer com que as pessoas criem ou mantenham uma imagem que têm de nós.
Não podemos pseudo-viver, nos anulando em função da manutenção de uma vida que não é nossa, mas que outros, pai, mãe, mulher, marido, ex-mulher, ex-marido, namorado, namorada, filho, patrão, amigos, gostariam que fosse.
Não podemos eternamente fugir do conflito, do confronto. Fugir do confronto é um dia se deparar com o confronto em um nível mais elevado, com consequências maiores. Fugir do confronto é viver num estado de frequente angústia pela vida vivida pela metade, é ver que a vida passa por você e não você por ela.
E só há uma forma de viver. Encarando as situações de frente. Ficando na frente do problema e assumindo nossos desejos, nossas vontades, por mais que isso doa no outro, por mais que isso cause o sofrimento dos que nos rodeiam. E, com respeito, ter a cabeça erguida para dizer que não. Ou para dizer que acabou. E também para dizer sim, para comunicar uma decisão, para anunciar um projeto, para mostrar uma novidade ou apresentar um amor.
Muitos de nós tomamos decisões que não queremos tomar e aceitamos situações em nome de uma aparência ou de uma imagem que se tem de nós. Criamos ícones de nós mesmos. Chegou a hora da iconoclastia. Chegou a hora de ser feliz.
Então? Você vem comigo?
Um abraço,
I.R.