segunda-feira, 10 de agosto de 2009

um terço

Num desses dias de agosto ou de setembro, não sei bem, calculando o tempo de vida que tenho desde que nasci, chego a um terço dela como portenho por adoção. Já são 11 anos e meio aqui.

Deixei de ser brasileiro? Não. Claro que não. Mas sei que sou um brasileiro diferente. Olho o Brasil de maneira diferente, às vezes com mais amor, às vezes com mais crítica. Mas continuo votando para presidente, torcendo pelo Vasco, acompanhando os escândalos, os desmandos, as novelas, torcendo pelo Brasil, tomando cerveja em copo americano, desses de boteco.

Sou argentino? Não, mas um pouco. Olho a Argentina ora como estrangeiro, ora como "local". Voto aqui, pago impostos, me meto nos assuntos locais, acompanho o futebol, a televisão, os casos de corrupção, faço críticas, elogio. Jamais quis ser um mero espectador.

Me sinto na fronteira. Ou um desses aparelhos antigos, um dois em um.



I.R.