quarta-feira, 1 de abril de 2009

aurora austral

ele, ontem,
mudou de astral.

alguém que nunca foi ostra,
mas que também não era astro
foi embora montado na cauda de um cometa
deixado em sua porta pelos que agora o santificam.

homem. e como tal, virtuoso e defeituoso,
seu julgamento entra para a história,
assim como seu pacto;
o fortalecimento das instituições
tanto quanto o dragão da que é hoje maquiada; a inominável

homem de cara limpa,
jamais precisou pintá-la
para atingir seus propósitos,
mas pela cara suja de alguns,
e para manter viva a que renascia,
foi obrigado a ceder. estrela cadente.

obediência devida. ponto final.

meses antes, o cetro muda de mãos.
ela, a renascida, sobrevive,
e dá à luz a um câncer que pilhará o que puder. ele, o inominável.

agora já não se pode voltar atrás.
podemos ver nos livros, na tv,
os reflexos na própria carne,
e que o passado nos ajude a que o futuro não seja igual.

vá em paz. a casa não está em ordem.
mas fique tranquilo. talvez não seja seu destino estar arrumada.

I.R.