quinta-feira, 10 de agosto de 2023

simulacro

à sombra da vela,
não sobra coragem,
e a boca que beija, que cala,
que grita e que ri, saboreia a miragem - 
espelhismos coloridos -,
flor de ganja, cor de açaí...
barco que soçobra,
que cobra o (in)seguro da obra em construção.
navegar nem sempre é precisão,
e minhas frações compostas
se mostram repartidas entre sargaços,
num mar de algarismos e algoritmos
no ritmo das ondas, seguindo as estrelas
de uma via láctea imprecisa.
preciso da vela pra iluminar a caverna,
ou de uma lanterna que brilhe como o sol...

ou como sou

I.R.