terça-feira, 1 de agosto de 2023

AI de mim

meu amor, por mais genial,
não há inteligência artificial
que sinta a emoção de escrever.
as máquinas manipulam as palavras,
mas não sentem seu sabor,
escrevem poemas melhores que os meus,
que só faço rascunhos,
mas não sentem meu sofrimento,
não vivem o frisson da paixão
nos poemas que escrevo pra você.
a tecnologia não finge que é dor,
a dor que deveras sente, porque não sente.
não tem magia, suingue, borogodó,
tem o mais vil charlatanismo da palavra morta.
chatgpt, bing, bard... prefiro ser o bardo, enfim,
o que anuncia o que já não guardo,
e te entrego em versos um pedaço de mim.

I.R.