segunda-feira, 31 de outubro de 2016
dulce o truco
no creo en las hadas,
tampoco en los gnomos,
duendes, leprechones
o santos.
no creo en ogros,
unicornios, monstruos,
y a dios, en todas sus formas,
le doy el beneficio de la duda.
pero creo en el ser humano,
el ser de las decisiones...
ese que elige el camino del mal,
o ese que se decide por el camino del bien,
aunque se estrelle contra las paredes...
ese que, aunque sea contradictorio
y equivocado,
pone la mano en el arado
por un mundo mejor.
I.R.
domingo, 30 de outubro de 2016
cavalar
não me dei um cavalo de troia
em troca de um cavalo de batalha...
nem alazão, nem pangaré,
mas cavalo de pau,
para um cara de pau...
pois montado como um jóquei,
cavaleiro solitário,
montado como o zorro,
não corro,
nem saio do lugar
I.R.
sábado, 29 de outubro de 2016
encaminhado
se me disserem para tomar
o caminho da esquerda...
se me impuserem
o caminho da direita...
se me recomendarem
voltar atrás,
ao ponto de onde parti,
direi não,
talvez até sem agradecer.
só posso pisar
um caminho já traçado,
se é por vontade própria,
do contrário,
é melhor pisar o deserto,
ter a mente e o coração abertos,
para criar um caminho meu
I.R.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
cromossomos
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
minta-me
com sabor de menta,
monta-me,
para me desarmar...
desarma-te,
prepara-te,
enquanto me preparo
sem desespero.
ame-me
com tua mente,
queira-me com teu corpo,
pois eu, absorto,
espero a morte do mote,
a glosa do bote
para te poder gozar.
I.R.
domingo, 23 de outubro de 2016
mudar ou emudecer
e desandei a receita.
fiquei sem fala,
sem vontade de voz...
proclamo em silêncios potentes,
anúncios mudos,
com a força de cem clarins.
I.R.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
biblioteca
também sou um livro aberto
ao mesmo tempo
em que estou escrito em código
ou sou um livro de consulta.
sou uma obra de gravuras,
literatura fantástica,
cheio de figuras...
sou um policial,
um livro de mistério,
um drama de amor
e de adultério,
adulterado
por algum copista medieval.
sou dicionário
e livro de receitas,
sou sidur, antes breviário,
empilhado na estante,
na gaveta do armário,
pronto para ser folheado...
e às vezes indisposto para ser lido
I.R.
terça-feira, 18 de outubro de 2016
unipalavras
nada,
nunca,
jamais,
são,
fada,
nuca,
ramais...
monossílabos...
tônicos,
daltônicos,
conversa
experimental,
experiência,
diálogo,
monólogo,
logos.
'atchéso'
logo
invisto
I.R.
domingo, 16 de outubro de 2016
aproveite o dia
a natureza contemporânea da arte
reside sempre na parte
em que não é de todo espontânea...
como nós, fruto de diferentes épocas,
originados em diferentes escolas...
lá onde o mar e o céu se juntam,
abandonei a luta,
açúcar amargo de um pão com bolor.
há dias de alegria
e dias de dor...
carpe diem,
enquanto meus lábios sorriem
e o coração tranquilo
já não implora amor.
I.R.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
cascanueces
la vida es riego
y es riesgo
y más que lucha,
la vida es baile,
es ballet...
vida en punta de pie
y entrenamiento,
para que lo difícil parezca fácil,
y no se vea más el dolor
que la belleza...
vida de piruetas,
juego de volteretas
como baryshnikov...
vida que se toma,
como agua
o por las riendas,
mientras uno aprende a esquivarse
como muhammad ali
I.R.
terça-feira, 11 de outubro de 2016
elo
sonhei versos,
que ao acordar me esqueci...
a palavra é tão tênue,
o ritmo, tão frágil...
sonhei ideias,
que, ao despertar, bocejei.
só o silêncio, talvez,
me traga de volta
o elo perdido.
I.R.
domingo, 9 de outubro de 2016
la vie est belle
a vida é bela
e é bonita,
também com seus pesares,
seus apesares...
assim, preciso sair do egito
rumo a palmares,
conquistar a liberdade
tantas vezes esquecida.
quero ser um mosaico,
uma obra de cacos
não terminada,
um peixe na parede,
colado apenas como símbolo
de que não estou mais colado ali
I.R.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
noventa
atravesso túneis a céu aberto
e buracos de espaço-tempo,
sem saber aonde vou.
o que há do outro lado?,
(se é que há outro lado)
apesar de me manter acordado,
a pergunta não tira meu sono.
nunca vou sobre trilhos,
mas gosto de abrir os braços
e fazer malabarismo sobre eles,
como numa corda bamba.
uma placa diz noventa,
e a esta altura,
não sei se são 90 quilômetros,
ou 90 quilômetros por hora,
não sei se são 90 poemas,
90 problemas,
se são 90 canções,
90 anos
ou 90 emoções descritas
após 90 suspiros,
30 de tristeza,
30 de saudade
e outros 30 de amor.
talvez sejam 90 passos,
quem sabe, 90 pedaços,
ou 90 botões,
desabrochando em flor...
I.R.
terça-feira, 4 de outubro de 2016
estrelaria
por entre estrelas fixas,
uma estrela cadente,
incandescente,
ilumina meu caminho.
numa via láctea de luzes,
a energia que flui
é a vontade que constrói...
thomas edison nunca imaginou
que traria uma imagem do céu
para ampliar os limites
de nossas quatro paredes.
I.R.
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
fez-se luz
outubro começou
ecoando um silêncio
que ressoa em mim,
traduzido em páginas em branco.
talvez reste o escorrega,
esse tobogã dos sonhos infantis,
onde um sorriso incentiva
e a grande inventiva
é brincar...
a seriedade não passa de brincadeira
elevada à categoria de algo mais
I.R.