segunda-feira, 16 de junho de 2014

de ventos e âncoras

Foto: Cynthia Dorneles

não acredito na coerência imutável,
estática,
pois a coerência que é sempre coerente
é aquela que não se pensa,
que não reflete,
que nem se permite errar.
acredito na ginga,
na mobilidade,
na coerência às vezes incoerente,
que se equivoca,
mas que não provoca um adversário,
brinca, joga,
pensa com um oponente.

ao som de um berimbau,
não mágico, mas real,
analiso minhas contradições,
revejo minhas opiniões,
me contradigo,
me cambalhoto,
me reinvento ao sabor do vento,
ou das âncoras que já joguei.

I.R.