domingo, 2 de maio de 2010

suas costas


Foto: B.L.R.

se digo que gosto de suas mãos,
de sua boca,
de seus olhos de gueixa
ou de sua língua,
me torno tão previsível,
não acha?

se falo de suas carícias,
de seus abraços,
de seu carinho,
sou tão óbvio,
tão repetitivo, não é?

talvez não deva dizer nada,
absolutamente nada,
e continuar beijando,
acariciando e lambendo
as suas costas.
percorrendo cada pedaço de suas costas
com mãos e língua,
cobrindo-as com meu peito,
deitado sobre você.

talvez não deva dizer nada,
absolutamente nada,
e tatuar-me em você,
como extensão do seu tribal.

I.R.