terça-feira, 20 de abril de 2010
energia noturna
um varal cheio de energia
no meio de uma noite iluminada
atravessa a praça
transporta meus pensamentos.
a noite dourada
vela os galhos das árvores
e o olhar que se eleva
como se raízes tivessem.
"pra que tê-las,
se ninguém as vê?"
pra que galhos,
se nada tocam?
o varal cheio de energia
me transporta.
talvez me sente
talvez precise.
em qualquer praça
sempre há um banco vazio.
talvez um dia eu me sente,
talvez sinta vontade de me sentar.
os bancos não têm raízes,
mas estão pregados no chão.
vida semi-estática,
se não fosse o vento,
a energia no varal
e o menino,
borrado,
quase um fantasma,
correndo em minha direção.
um menino cheio de energia
transformando em ação
o sonho de um varal.
I.R.