gosto de ler poemas em voz alta,
poemas dos outros,
gosto de sentir o impacto
que causam, que me causam,
e me vejo intérprete,
como bethania, como ney,
e sinto que o poema só existe,
só, de fato, é,
quando lido em voz alta,
quando não lido com a vida do poeta,
mas permito que seu texto
entre em mim pela palavra que sai.
mesmo que eu não o entenda,
mesmo que eu gagueje,
que eu perca o fôlego,
ou só balbucie...
poemas são como pássaros,
não nascem para estar em gaiolas
I.R.