no meio
do crescimento desordenado,
da ocupação desenfreada,
entre as línguas de óleo do imediatismo,
o sol surge como uma carícia no rosto
no horizonte da praia dos anjos.
no meio da especulação imobiliária,
da ocupação pras férias desenfreada,
entre o cheiro fétido do esgoto,
o sol se põe no horizonte mágico
da praia grande,
sob aplausos de pessoas
que não levarão seu lixo,
que já alimentaram as gaivotas
em busca de uma foto pras redes sociais.
a prainha já não se vê da estrada,
e de lá, como no forno ou nas prainhas,
pouco se vê, em dias de superlotação.
arraial é um labirinto onde não nos perdemos,
mas que se perde aos poucos,
quase sem saber de onde veio,
meio que sem saber para onde vai,
sem planejamento, com escassa memória,
em nome de um progresso que só faz destruir.
I.R.