quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

o desencontro dos eus

tenho versos abstratos
sem sentido
ou carregados de sentimento,
porque escrevo como quem fala
em voz alta
na frente de um espelho...
escrevo como quem sussurra
palavras de amor ao pé do ouvido
da pessoa amada,
escrevo como quem grita
contra esse mundo injusto,
justamente por saber que o grito
é minha forma de luta.
escrevo como quem se autoanalisa,
como quem pinta sua mona lisa...
mas isto não é um diário.
sou eu, onde o eu não está

I.R.