segunda-feira, 28 de março de 2016

sobre poetas e barcos

Foto: Flávio Guimarães

o poeta não jogou a âncora,
mas sutilmente amarrou o barco...
livre e espontânea vontade,
expressão da alma em versos
e a sensação do balanço,
mesmo sem navegar...
espelho d'água, reflexo da alma,
o poeta em calma
transforma em som,
em calmaria,
as tempestades que traz em si.
o poeta amarrou seu barco,
e fez do charco um oceano profundo.
o poeta não conhece o mundo...
nem todos os mares,
nem tantos amores...
mas sabe ver flores
onde os demais só veem espinhos.

I.R.

Para Flávio Guimarães