Era uma vez Papai Noel, nascido em algum lugar do Polo Norte, não se sabe exatamente se na Finlândia ou na Noruega, exemplo vivo de um milagre. Nasceu velho, como Benjamin Button, mas não ficou jovem à medida que o tempo passava. Jamais foi criança. Diz a lenda que quando nasceu se alimentou de leite de renas, o que lhe deu superpoderes.
Não se sabe exatamente quando nasceu, mas os seres humanos viram nele uma espécie de santo, de messias, de deus e começaram a lhe fazer pedidos por carta, sentados em seu colo e, mais recentemente, pelo whatsapp para serem realizados entre 24 e 25 de dezembro, dia em que se comemora sua existência.
Há quem peça por saúde, pela paz mundial e como seu dia está perto do último dia do ano, há quem aproveite e peça por uno novo ano melhor. Há quem peça bicicletas, bonecas, bolas e videogames. Os poderes do velho Noel são quase infinitos, mas arraigadamente capitalistas. Noel é uma espécie de deus do consumo, maquiado com uma coisa chamada espírito natalino, que vende uma fraternidade e um amor que, muitas vezes, dura até a necessidade do primeiro envelope de antiácido.
Há quem fale de um tal Jesus também, mas acho que a ideia de um cara que ganha presentes, em vez de dar presentes não vai funcionar muito bem. E só mesmo um ser divino para aguentar o calor tropical vestido de roupa de frio e coturno sem derreter.
Ho Ho Ho,
I.R.