quarta-feira, 7 de maio de 2014

cruz no ombro

Foto: Vicente Sampaio

não carrego
nem estou disposto a carregar
uma cruz,
independentemente do seu tamanho.

tenho tristezas,
sofro,
tenho rugas e rusgas,
choro,
talvez na mesma medida
em que tenho alegrias
e derramo lágrimas de felicidade.
mas eu não carrego uma cruz.

eu vivo.

e vivendo me deparo com obstáculos
e pradarias,
florestas e pampas,
desertos,
estradas asfaltadas, esburacadas,
alegorias...
por tantos caminhos
à beira de tantas pistas

eu vivo.
vivo e deixo as cruzes para os ombros
dos especialistas.

I.R.