domingo, 27 de abril de 2014

poema do absurdo

Foto: Luiz Alfredo Ardito

quantos poemas podem ser escritos
ao se ver uma árvore
em um processo de levitação?
surreal, puro chá de lírio, pretérito do impossível.
a raiz nua ou desnudada,
a raiz levantada, arrancada,
ou a árvore que se equilibra
entre a terra e o céu?
quantos poemas podem ser escritos,
ao filosofarmos sobre a raiz,
qual raiz? há tantas! em que solo?
embaixo do sol há tantos...
árvore plantada no espaço,
cujas raízes crescerão até o chão,
como as tranças de rapunzel.
árvore sustentada pelas nuvens,
já não quero escrever um poema,
nem quero entender essa metáfora,
quero apenas ficar aqui fora
e observar radicalmente esse mistério

I.R.