Foto: Marcello Barbusci
me desculpem os puros e os puritanos,
os putos portugueses
e os putos da vida,
mas tem dias que a paciência
é uma ciência abstrata
inacessível a nós mortais.
me desculpem os inocentes
e as crianças, filhos da que labuta,
me perdoem os de ouvidos sensíveis
e os de olhos doces,
mas tem dias que o escape
é apontar o dedo médio,
como barbitúrico, como remédio,
contra todo o estresse,
contra toda essa hipocrisia da porra.
I.R.