vinte e nove, trinta,
(trinta e um),
primeiro,
dois, sábado, domingo,
segunda, novembro,
dezembro,
janeiro, dois mil e onze,
dois mil e doze,
cinco mil setecentos e setenta e dois.
o tempo passa.
tudo passa.
só o espírito, as rugas
e o reumatismo permanecem.
I.R.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
o poeta e o leitor
dentro de mim existem vários poetas,
sem que igor ravasco seja poeta algum.
há um poeta satírico
e outro romântico,
há um poeta filósofo
e outro engraçado.
dentro de mim existem vários poetas,
entrelaçados, sem compartimentos
e desfragmentados,
mas como leitor de poemas sou mais simples.
não leio bons poemas
não leio maus poemas,
não leio poemas.
como dizia uma amiga...
cada um com seu cada um.
I.R.
sem que igor ravasco seja poeta algum.
há um poeta satírico
e outro romântico,
há um poeta filósofo
e outro engraçado.
dentro de mim existem vários poetas,
entrelaçados, sem compartimentos
e desfragmentados,
mas como leitor de poemas sou mais simples.
não leio bons poemas
não leio maus poemas,
não leio poemas.
como dizia uma amiga...
cada um com seu cada um.
I.R.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Carta e Verso 4 anos
Imagem: www.soniamoura.com.br
o verso da carta
e o reverso da curta distância
nos aproxima
carta e verso todo dia.
carta e verso há quatro anos.
versos e cartas expondo minhas entrelinhas,
linhas de pensamento,
sensações e sentimento,
ideias, ideais
música
e outras coisinhas mais.
I.R.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
boas intenções
dizem que de boas intenções
o inferno está cheio.
mas uma boa ação
só nasce de uma boa intenção.
o xis da questão é como dar o primeiro passo,
e o que fazer para que essas boas intenções
e as ações que a seguem
não existam apenas entre 20 e 31 de dezembro.
I.R.
o inferno está cheio.
mas uma boa ação
só nasce de uma boa intenção.
o xis da questão é como dar o primeiro passo,
e o que fazer para que essas boas intenções
e as ações que a seguem
não existam apenas entre 20 e 31 de dezembro.
I.R.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
raiva
não sei,
não quero saber,
e só não tenho raiva de quem sabe,
pois estou tentando não sentir raiva de ninguém.
I.R.
não quero saber,
e só não tenho raiva de quem sabe,
pois estou tentando não sentir raiva de ninguém.
I.R.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
quase fim de ano
alguma vez eu disse,
talvez todo ano eu diga,
mas não está de mais dizer de novo,
não suporto papai noel
e detesto as promessas de fim de ano,
e essa repetição de que o ano passou rápido
e que o próximo ano será melhor.
o próximo ano será como tiver de ser,
e os anos não passam nem rápido nem devagar,
duram, geralmente 365 anos,
às vezes 366
em dias de quase, quase, 24 horas.
e o papai noel da coca-cola
só seria legal se viesse junto com fernet.
I.R.
PS: Para quem não sabe o que é fernet.
talvez todo ano eu diga,
mas não está de mais dizer de novo,
não suporto papai noel
e detesto as promessas de fim de ano,
e essa repetição de que o ano passou rápido
e que o próximo ano será melhor.
o próximo ano será como tiver de ser,
e os anos não passam nem rápido nem devagar,
duram, geralmente 365 anos,
às vezes 366
em dias de quase, quase, 24 horas.
e o papai noel da coca-cola
só seria legal se viesse junto com fernet.
I.R.
PS: Para quem não sabe o que é fernet.
domingo, 18 de dezembro de 2011
escolhendo
a vida é cheia de escolhas,
e não acredito em obra destino,
em um determinismo já traçado,
em um 'estava escrito'.
não há nada escrito.
mas vamos escrevendo,
tomamos decisões,
escolhemos
e o destino só existe
quando decidimos para onde vamos
e onde queremos chegar.
I.R.
e não acredito em obra destino,
em um determinismo já traçado,
em um 'estava escrito'.
não há nada escrito.
mas vamos escrevendo,
tomamos decisões,
escolhemos
e o destino só existe
quando decidimos para onde vamos
e onde queremos chegar.
I.R.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
condor
Foto: M.E.L.
no meio das montanhas,
entre a grandiosidade e a enormidade dos andes
um condor abre suas asas
e voa em liberdade.
no centro de um zoológico
entre a tristeza e a agonia de uma jaula
um condor, com as asas fechadas,
pula de uma pedra a outra em cativeiro.
e nós?
I.R.
no meio das montanhas,
entre a grandiosidade e a enormidade dos andes
um condor abre suas asas
e voa em liberdade.
no centro de um zoológico
entre a tristeza e a agonia de uma jaula
um condor, com as asas fechadas,
pula de uma pedra a outra em cativeiro.
e nós?
I.R.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
dezesseis
entre um mês e outro
passam-se trinta ou trinta e um dias,
em que podemos
nos existir,
nos des... e nos redescobrir
divergir e convergir,
sentir saudades,
falar coisas profundas
e amenidades,
viver a vida em cada único momento
e nos amarmos em todos eles.
I.R.
passam-se trinta ou trinta e um dias,
em que podemos
nos existir,
nos des... e nos redescobrir
divergir e convergir,
sentir saudades,
falar coisas profundas
e amenidades,
viver a vida em cada único momento
e nos amarmos em todos eles.
I.R.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
apesar das semelhanças
apesar de compartilharmos dados genéticos
somos pessoas diferentes,
e você é tão único quanto eu.
nunca houve alguém como você,
assim como eu sou irrepetível,
e seus avôs, seus amigos,
ou essa pessoa que está lendo estes versos
e que provavelmente não seja parecido a mim
ou a você.
cada um é único
e irrepetível.
e por mais que aos poucos nos tornemos parecidos,
lembre-se de que você é único,
e que seu caminho,
assim como o meu, o dos seus amigos
ou o desse leitor anônimo, amigo meu ou não,
esse caminho é pessoal,
pessoal e intransferível.
e o caminho é ir lado a lado na caminhada.
I.R.
sábado, 10 de dezembro de 2011
invisibilidade
quanto entro no metrô
e me olham,
me medem
como se usassem um metro,
filho em braço,
e não me dão o lugar
para que sente,
sinto que os seres humanos,
se não são insensíveis,
não nos veem,
somos zero à esquerda,
pai e filho invisíveis.
I.R.
e me olham,
me medem
como se usassem um metro,
filho em braço,
e não me dão o lugar
para que sente,
sinto que os seres humanos,
se não são insensíveis,
não nos veem,
somos zero à esquerda,
pai e filho invisíveis.
I.R.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
em comunidade
o ser humano não é um animal solitário,
existimos em comunidade,
sobrevivemos em conjunto
e mesmo o mais isolado dos eremitas,
se não está nu,
dependeu de outro ser humano,
não só para nascer,
mas para pelo menos se vestir.
I.R.
existimos em comunidade,
sobrevivemos em conjunto
e mesmo o mais isolado dos eremitas,
se não está nu,
dependeu de outro ser humano,
não só para nascer,
mas para pelo menos se vestir.
I.R.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
infância
um corpo que corre em direção a outro
que também corre,
cabeças que se batem,
é preto no branco,
cabeça que abre,
sangue vermelho que escorre,
lágrima de olho verde,
outrora azul, que cai,
dois pontos que suturam
e um esparadrapo branco como chapéu.
I.R.
que também corre,
cabeças que se batem,
é preto no branco,
cabeça que abre,
sangue vermelho que escorre,
lágrima de olho verde,
outrora azul, que cai,
dois pontos que suturam
e um esparadrapo branco como chapéu.
I.R.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
certidão
quero que fique assentado
e registrado em cartório
com firma reconhecida
que minha firme opinião
de permanecer sentado
não é um apego à preguiça
nem é de minha decisão,
mas um reflexo compulsório.
o referido é verdade
e dou fé.
I.R.
e registrado em cartório
com firma reconhecida
que minha firme opinião
de permanecer sentado
não é um apego à preguiça
nem é de minha decisão,
mas um reflexo compulsório.
o referido é verdade
e dou fé.
I.R.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
capitalizando
vivemos num mundo capitalista
e por mais que tenhamos
ideologias contrárias,
somos capitalistas no meio desse mundo.
mas como somos capitalistas,
ou quão selvagem é nosso capitalismo?
vale tudo para se ter mais,
somos o que temos?
e só nos realizamos ao conjugar comprar,
pagar, vender, consumir
não o que necessitamos, mas principalmente o que não?
vendemos nossa mão de obra
e compramos sonhos.
compramos água e uma ilusão de liberdade,
compraremos oxigênio.
agimos como robôs, como feras,
ou o capital passa por nós e o usamos
sem perdermos nossa humanidade?
perguntas que não podem ser respondidas
com dinheiro.
I.R.
e por mais que tenhamos
ideologias contrárias,
somos capitalistas no meio desse mundo.
mas como somos capitalistas,
ou quão selvagem é nosso capitalismo?
vale tudo para se ter mais,
somos o que temos?
e só nos realizamos ao conjugar comprar,
pagar, vender, consumir
não o que necessitamos, mas principalmente o que não?
vendemos nossa mão de obra
e compramos sonhos.
compramos água e uma ilusão de liberdade,
compraremos oxigênio.
agimos como robôs, como feras,
ou o capital passa por nós e o usamos
sem perdermos nossa humanidade?
perguntas que não podem ser respondidas
com dinheiro.
I.R.
domingo, 4 de dezembro de 2011
legendagem
meus dedos não digitam
o que minha cabeça pensa,
mas traduzem o que outros disseram.
este poema, se é que é um poema,
não foi escrito por mim,
mas por algum autor anônimo
que precisa de uma legenda.
I.R.
sábado, 3 de dezembro de 2011
Carta para um cristão
Buenos Aires, 03 de dezembro de 2011.
Prezado amigo cristão,
Ver no outro um ser, não uma coisa, é um exercício, uma prática, que nos leva à igualdade, à tolerância, à justiça social. Como ouvi certa vez, o primeiro passo nem precisa ser 'amar ao próximo como a si mesmo'. Esse é um nível mais avançado. É possível começar com algo mais simples como, 'não fazer ao próximo aquilo que não quero que me façam'.
Ultimamente, vejo que muitas pessoas religiosas se fecham na ideia de que é preciso falar mais de Deus ou exibir seu amor a Deus, como se esse Deus fosse o resolvedor de todos os problemas por meio de seus milagres, (e se esses milagres não aconteceram foi porque ou o homem não teve fé o suficiente, ou não rezou/orou/dobrou o joelho o suficiente), como se esse Deus participasse da vida do homem controlando-o sabe-se lá de que parte do céu, ou como se o ser humano precisasse garantir uma vaga na outra vida assumindo um amor explícito por Jesus.
Mas "Deus" não une, "Deus" divide.
Se não bastasse a diversidade de religiões e seus variados Deuses, dentro da religião majoritária do ocidente, o cristianismo, existem formas variadas de se crer nesse Deus cristão, diversas concepções sobre Jesus, e cada fiel querendo provar que a sua é a verdade que libertará.
O mundo já tem Deus (ou Deuses) demais, e nem por isso é menos violento e menos injusto. O mundo precisa de uma boa dose de humanidade. O ser humano precisa se relacionar com os seres humanos como seres humanos, não como coisas, objetos, meios para a própria satisfação. Isso não significa um mundo ateu. Isso significa que não importa se você acredita ou não em Deus, não importa em que Deus você acredita, mas significa que o diálogo entre os seres humanos foi retomado.
Eu, e apenas eu, sou responsável pelo diálogo com o outro, fazendo de mim um responsável pelo outro. Você, e apenas você, é responsável pelo diálogo com o outro, fazendo de você um responsável pelo outro.
E não importa que você acredite em Jesus como salvador e eu não. Não importa que você acredite em um paraíso numa vida eterna futura e eu queira um paraíso aqui e agora. Não importa que você me considere um utópico. Eu me relaciono com a sua humanidade, assim como você se relaciona com a minha. E juntos nos ocupamos um do outro. E não falo de amor. Falo do compromisso de não fazermos aos outros aquilo que não gostamos que façam conosco.
Um abraço,
I.R.
Prezado amigo cristão,
Ver no outro um ser, não uma coisa, é um exercício, uma prática, que nos leva à igualdade, à tolerância, à justiça social. Como ouvi certa vez, o primeiro passo nem precisa ser 'amar ao próximo como a si mesmo'. Esse é um nível mais avançado. É possível começar com algo mais simples como, 'não fazer ao próximo aquilo que não quero que me façam'.
Ultimamente, vejo que muitas pessoas religiosas se fecham na ideia de que é preciso falar mais de Deus ou exibir seu amor a Deus, como se esse Deus fosse o resolvedor de todos os problemas por meio de seus milagres, (e se esses milagres não aconteceram foi porque ou o homem não teve fé o suficiente, ou não rezou/orou/dobrou o joelho o suficiente), como se esse Deus participasse da vida do homem controlando-o sabe-se lá de que parte do céu, ou como se o ser humano precisasse garantir uma vaga na outra vida assumindo um amor explícito por Jesus.
Mas "Deus" não une, "Deus" divide.
Se não bastasse a diversidade de religiões e seus variados Deuses, dentro da religião majoritária do ocidente, o cristianismo, existem formas variadas de se crer nesse Deus cristão, diversas concepções sobre Jesus, e cada fiel querendo provar que a sua é a verdade que libertará.
O mundo já tem Deus (ou Deuses) demais, e nem por isso é menos violento e menos injusto. O mundo precisa de uma boa dose de humanidade. O ser humano precisa se relacionar com os seres humanos como seres humanos, não como coisas, objetos, meios para a própria satisfação. Isso não significa um mundo ateu. Isso significa que não importa se você acredita ou não em Deus, não importa em que Deus você acredita, mas significa que o diálogo entre os seres humanos foi retomado.
Eu, e apenas eu, sou responsável pelo diálogo com o outro, fazendo de mim um responsável pelo outro. Você, e apenas você, é responsável pelo diálogo com o outro, fazendo de você um responsável pelo outro.
E não importa que você acredite em Jesus como salvador e eu não. Não importa que você acredite em um paraíso numa vida eterna futura e eu queira um paraíso aqui e agora. Não importa que você me considere um utópico. Eu me relaciono com a sua humanidade, assim como você se relaciona com a minha. E juntos nos ocupamos um do outro. E não falo de amor. Falo do compromisso de não fazermos aos outros aquilo que não gostamos que façam conosco.
Um abraço,
I.R.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
alguns meses
às vezes eu penso que dezembro,
assim como os meses de
setembro, outubro e novembro,
precisam de um psicólogo
por terem algum problema de personalidade.
I.R.
assim como os meses de
setembro, outubro e novembro,
precisam de um psicólogo
por terem algum problema de personalidade.
I.R.
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