o difícil em qualquer relação
é ver no outro um ser.
coisificamos os outros
e transformamos as coisas em deuses,
num mundo onde deus não existe.
mantemos monólogos caiados de diálogo,
tecemos discursos de oratória vazia
pronunciados na frente dos espelhos
trancamos nossos ouvidos para o outro,
fechamos nossos olhos,
e dizemos que deus está morto,
e é verdade que está morto.
pois o matamos
porque qualquer deus só renasce
ou existe,
no contato com o outro.
no monólogo deus está morto,
apenas no diálogo podemos
dizer que existe uma força
que entre muitos nomes
podemos também
(ou até podemos)
chamar de deus.
I.R.