olha as flores...
que lindas!
quero tocar!
olha o foguinho!
as folhas tem formiguinha.
sentado,
vejo de longe.
prefiro não me meter
na conversa dos que se descobrem
I.R.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
mariposa
em cima de uma imensidão azul
meu corpo desperto espera atento
ligado em cada gesto,
em cada bater de asa,
em todo movimento,
à espera,
à espreita,
pronto pra pular
sobre seu corpo
vivo, aceso
e vermelho,
em cima de uma imensidão azul.
despertos,
espertos,
em cada bater de asa,
em toda a extensão lilás
dos nossos corpos,
numa sede que aumenta
à medida que a noite se torna madrugada
e a madrugada se transforma em amanhecer.
I.R.
meu corpo desperto espera atento
ligado em cada gesto,
em cada bater de asa,
em todo movimento,
à espera,
à espreita,
pronto pra pular
sobre seu corpo
vivo, aceso
e vermelho,
em cima de uma imensidão azul.
despertos,
espertos,
em cada bater de asa,
em toda a extensão lilás
dos nossos corpos,
numa sede que aumenta
à medida que a noite se torna madrugada
e a madrugada se transforma em amanhecer.
I.R.
sábado, 21 de agosto de 2010
tempo vivo
um dia no meio de grãos,
entre centenas de grãos de areia,
senti o toque da vida
de novo no meu rosto.
e no meio da areia centenária,
testemunha ocular
de que a ampulheta se partiu,
o tempo agora é medido
por sorrisos,
brincadeiras,
tambores,
e o gosto de quero mais.
I.R.
entre centenas de grãos de areia,
senti o toque da vida
de novo no meu rosto.
e no meio da areia centenária,
testemunha ocular
de que a ampulheta se partiu,
o tempo agora é medido
por sorrisos,
brincadeiras,
tambores,
e o gosto de quero mais.
I.R.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
plurissingular
o seu estado é plural,
a sua cidade é plural,
assim como é plural
e também singular
o que sinto por você.
I.R.
a sua cidade é plural,
assim como é plural
e também singular
o que sinto por você.
I.R.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
pluralismo
no meio de imagens e terços,
de santos e círios,
abre-se um mundo diverso diante de meus olhos
que aos poucos divisa deuses e japamalas,
budas em meditação,
e derviches em transe,
a lua crescente e a estrela de davi
ao som de múltiplos atabaques
anunciando a chegada de um orixá
e a força do pensamento positivo...
programação para ser feliz...
feliz... vendo uma delicada mão,
beijando a sua mezuzá.
I.R.
de santos e círios,
abre-se um mundo diverso diante de meus olhos
que aos poucos divisa deuses e japamalas,
budas em meditação,
e derviches em transe,
a lua crescente e a estrela de davi
ao som de múltiplos atabaques
anunciando a chegada de um orixá
e a força do pensamento positivo...
programação para ser feliz...
feliz... vendo uma delicada mão,
beijando a sua mezuzá.
I.R.
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
acomodando o novo
tenho tantas emoções juntas
soltas e novas dentro de mim,
que escrever um poema,
uma carta,
um bilhete,
ou até mesmo uma lista de supermercado
se torna uma tarefa quase impossível.
I.R.
soltas e novas dentro de mim,
que escrever um poema,
uma carta,
um bilhete,
ou até mesmo uma lista de supermercado
se torna uma tarefa quase impossível.
I.R.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Durante
Sobre o meu corpo espremem-se saídas,
Vinte portas se fecham ao meu passo.
Toco nervos, afino cordas de aço
E me deixo prender em várias vidas.
E preso em várias vindas, várias idas
Descanso em cinco sonhos meu cansaço,
Amarro e desamarro este meu laço
De fotos, fantasias conhecidas.
Sobre o meu corpo espremem-se paredes
E me deixo prender em várias redes
Sem saber escapar desse recinto.
Pois a farsa do sim, do não, talvez
Não me dá força ou mesmo lucidez,
Me espreme mais e mais no labirinto.
I.R.
Vinte portas se fecham ao meu passo.
Toco nervos, afino cordas de aço
E me deixo prender em várias vidas.
E preso em várias vindas, várias idas
Descanso em cinco sonhos meu cansaço,
Amarro e desamarro este meu laço
De fotos, fantasias conhecidas.
Sobre o meu corpo espremem-se paredes
E me deixo prender em várias redes
Sem saber escapar desse recinto.
Pois a farsa do sim, do não, talvez
Não me dá força ou mesmo lucidez,
Me espreme mais e mais no labirinto.
I.R.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
lá vem o sol
o sol nasce.
às vezes mais,
às vezes menos,
mas nasce pra todos.
não importa se na lapa ou na lapônia,
se no japão ou no jalapão
o sol nasce pra todo mundo
por mais que teimem em tapá-lo.
I.R.
às vezes mais,
às vezes menos,
mas nasce pra todos.
não importa se na lapa ou na lapônia,
se no japão ou no jalapão
o sol nasce pra todo mundo
por mais que teimem em tapá-lo.
I.R.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Depois do fim
O que pode exigir o que termina?
Que o deixado sozinho guarde luto,
Que se sinta pequeno, diminuto,
E se finja feliz porque alucina?
Talvez espere um choro numa esquina
Quem sabe um poema triste ou quase bruto?
Mas nada disso é mesmo muito astuto,
É ouro bobo e não ouro de mina.
Porque no amor a fila também anda,
Quem termina se cala como a banda,
Não se queixa, nem tem que reclamar.
E se algo, alguma coisa não gostou,
Saiba que o passarinho já voou,
E você, por favor, vá se catar.
I.R.
Que o deixado sozinho guarde luto,
Que se sinta pequeno, diminuto,
E se finja feliz porque alucina?
Talvez espere um choro numa esquina
Quem sabe um poema triste ou quase bruto?
Mas nada disso é mesmo muito astuto,
É ouro bobo e não ouro de mina.
Porque no amor a fila também anda,
Quem termina se cala como a banda,
Não se queixa, nem tem que reclamar.
E se algo, alguma coisa não gostou,
Saiba que o passarinho já voou,
E você, por favor, vá se catar.
I.R.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
sopro de lírio
Foto: Wikipédia
se a felicidade não está nas coisas,
mas dentro do homem,
onde ela se encontra
quando o homem se transforma em coisa?
o delírio sopra onde quer
e encarna quase sem pedir licença,
fazendo do corpo do homem a sua moradia
lado a lado com a sua alma,
frente a frente com o seu coração.
delírio em flor,
botão de lírio desabrochando,
colorindo e derramando felicidade,
o primeiro, o último e para onde
se encaminham todos os nossos desejos.
I.R.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
dito e não dito
não quero contar o que vivi
nem compartilhar o que senti...
é fácil falar demais.
só digo que sim, foi.
foi, e foi muito,
e espero e pretendo e desejo
que continue sendo.
I.R.
nem compartilhar o que senti...
é fácil falar demais.
só digo que sim, foi.
foi, e foi muito,
e espero e pretendo e desejo
que continue sendo.
I.R.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
vento ponteiro
a porta que bate com o vento
fechando o caminho,
não vê o porto ficando para trás.
a fogo lento se cozinham as ideias
ou as palavras,
e a porta e o porto,
antes perto,
agora são um ponto preto
em algum lugar perdido do 'papel'.
I.R.
fechando o caminho,
não vê o porto ficando para trás.
a fogo lento se cozinham as ideias
ou as palavras,
e a porta e o porto,
antes perto,
agora são um ponto preto
em algum lugar perdido do 'papel'.
I.R.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
desencaixotando
a vida em caixas,
os seres humanos divididos
como numa loja de departamentos,
e a certeza de termos certeza de tudo.
mas...
nem todo dia de sol é um dia bonito
e um dia de chuva não é feio
ao menos para o meu pai e para o homem da roça.
nem todo brasileiro é alegre,
nem todo padre é pedófilo
e tem puta que, sim, beija na boca.
nem sempre a gente é como é.
às vezes a gente é como pode.
I.R.
os seres humanos divididos
como numa loja de departamentos,
e a certeza de termos certeza de tudo.
mas...
nem todo dia de sol é um dia bonito
e um dia de chuva não é feio
ao menos para o meu pai e para o homem da roça.
nem todo brasileiro é alegre,
nem todo padre é pedófilo
e tem puta que, sim, beija na boca.
nem sempre a gente é como é.
às vezes a gente é como pode.
I.R.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
as (não) respostas
Foto
certas atitudes não merecem resposta,
por serem afirmações sem perguntas.
atos gratuitos,
desejos inconscientes de sentir-se vítima
e a tranquilidade de que a culpa é sempre alheia.
ou não?
afinal,
não é assim,
não somos sempre vítimas
e nossa dor não é sempre mais insuportável?
a responsabilidade
não é sempre do outro
e que nos leva a fazer o que não queríamos?
não é assim,
afinal?
sim ou não?
não ou sim?
I.R.
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