quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Durante

Sobre o meu corpo espremem-se saídas,
Vinte portas se fecham ao meu passo.
Toco nervos, afino cordas de aço
E me deixo prender em várias vidas.

E preso em várias vindas, várias idas
Descanso em cinco sonhos meu cansaço,
Amarro e desamarro este meu laço
De fotos, fantasias conhecidas.

Sobre o meu corpo espremem-se paredes
E me deixo prender em várias redes
Sem saber escapar desse recinto.

Pois a farsa do sim, do não, talvez
Não me dá força ou mesmo lucidez,
Me espreme mais e mais no labirinto.

I.R.