Sobre o meu corpo espremem-se saídas,
Vinte portas se fecham ao meu passo.
Toco nervos, afino cordas de aço
E me deixo prender em várias vidas.
E preso em várias vindas, várias idas
Descanso em cinco sonhos meu cansaço,
Amarro e desamarro este meu laço
De fotos, fantasias conhecidas.
Sobre o meu corpo espremem-se paredes
E me deixo prender em várias redes
Sem saber escapar desse recinto.
Pois a farsa do sim, do não, talvez
Não me dá força ou mesmo lucidez,
Me espreme mais e mais no labirinto.
I.R.