terça-feira, 18 de novembro de 2008

Carta para Bruno Mazzeo

Buenos Aires, 15 de novembro de 2008.

Prezado Bruno Mazzeo,

Há pouco mais ou pouco menos de seis meses eu conheci você. Não, nós não nos conhecemos. Eu o conheci por causa da televisão. Moro em Buenos Aires, e um dia a Globo Internacional anunciou que passaria nas tardes de sábado o programa Cilada do canal Multishow. Foi aí que eu conheci você. Morri de rir com o programa, de um humor rápido, simples, misturando o possível e o ridículo com mestria.

Não sei como foi que descobri o seu blog e com ele a certeza de que escrever sobre temas do cotidiano é uma arte, que o uso do humor, ácido, de duplo sentido, despretensioso, ferino, de poucas palavras, de trocadilho, enfim, o uso do humor num texto é um trabalho árduo, mas muito gratificante para quem lê. Com o seu blog tive a redescoberta do prazer de ler em voz alta, variando a entonação, a ênfase, para fazer o ouvinte rir. E nada melhor para fazer isso do que um bom texto.

Mas essa carta não pretende ser um panegírico nem um exercício explícito de babação de ovo. Essa carta é um agradecimento. É incrível como uma pequena recomendação de alguém lido e admirado como você pode fazer com que um desconhecido como eu seja lido por um monte de gente.

Como você teve a oportunidade de conferir por duas vezes, eu escrevo em um blog, o Carta e Verso. Em duas ocasiões apresentei a você uns textos que falavam sobre a situação do nosso Vascão e você, generosamente, fez dois breves comentários que renderam dias de visita recorde no meu blog.

Cara, eu nunca tinha recebido mais de 18 ou 20 entradas em um dia. De repente tive dois dias de quase 60 visitas. Foi incrível. Afinal, qualquer um que escreve o faz com a intenção de ser lido, por algum tipo de necessidade nem sempre explicável.
Agora que já se passaram alguns dias posso escrever com a distância que a emoção ou a alegria exigem, para não ficar escrevendo qualquer palhaçada. Afinal, não tô a fim de fazer como “você e a Débora” seguindo o Marcos Palmeira no Cilada para saber a marca da pasta de dente dele.

Bruno Mazzeo, muito obrigado! Como dizem, um fruto não cai longe da árvore. Seu pai sempre foi conhecido pela generosidade, além do talento. E vejo que você está no mesmo caminho.

Bem, chega de rasgação de seda, por mais que seja verdadeira. Vou ajudar minha mulher a cuidar do nosso filho que está com a sua primeira prisão de ventre.

Um abrande abraço,

I.R.