sonho com o sabor
do sorvete caído no calçadão,
derretido, de gosto desconhecido,
que eu desvio para não pisar.
a casquinha intacta,
talvez contendo pena e tristeza,
não atrai os cachorros
e é grande para as formigas.
me lembro de esquecer histórias antigas,
enquanto os postes, mais do que a lua,
iluminam por onde passo,
à medida que o sorvete derretido seca
e me afeta, sem medida,
me atinge com metáforas
que não quero escrever.
I.R.