Foto: Igor Ravasco
Abro a boca com fome e mostro o dente,
Preparado pro bote, pra morder,
E saborear a presa com prazer,
Me deixa fascinado e tão contente.
Pouco antes da mordida consistente,
Sentindo a dentadura enrijecer,
Percebo a mordedura por lazer,
Então não abro a boca convincente.
Escondo a barbatana e me transformo,
Mantenho uma aparência que reformo,
Amarro, então, o barco num bom cais.
Deixo quieto, em latência, o tubarão,
Não saio nem pra pesca de arrastão,
E fujo dos arpões artesanais.
I.R.