Foto: Lu Duarte
o texto é uma diagonal,
não uma reta,
pois reto é o horizonte
em seu desejo de permanência,
ou reta é a vertical
no seu sonho de transcendência.
mas o texto,
esse não quer permanecer
nem transcender,
quer questionar.
o texto, esculpido no paralelepípedo,
tosco, frio, impreciso,
quer apenas ganhar a beleza do detalhe,
a fuga da linha diagonal,
quer perverter a simetria,
adquirir a textura da poesia,
aquela obliquidade transversal.
I.R.